Os temores de um confinamento obrigatório por conta da Covid-19 em Pequim fez com que milhares de chineses fizessem longas filas para realizar os testes para detectar a doença ontem (25) – mas também em supermercados e centros comerciais. As autoridades estão focando no distrito de Chaoyang, onde há o maior surto e onde foram instaladas tendas para centros de saúde temporárias.
O local abriga quatro milhões de moradores, mas nos dias úteis, esse número pode triplicar, já que é sede de várias multinacionais e embaixadas. Todos os cidadãos precisarão passar pelos testes em massa até amanhã (27). Mas, os moradores temem que se repita a situação de Xangai, Xian e outras grandes províncias chinesas: primeiro algumas áreas são colocadas em lockdown e depois a cidade inteira por conta da política de tolerância zero do governo chinês.
Por isso, como houve diversos relatos de falta de comida enviada pelo governo, os chineses estão estocando alimentos em casa. Até o momento, além da obrigatoriedade do teste em massa em Chaoyang, o governo nacional determinou um controle mais severo para todos os viajantes internacionais, que precisam fazer um exame com resultado negativo em, no máximo, 48 horas antes do desembarque.
A China está vivendo o pior momento da pandemia desde o fim de 2019, em uma onda pior do que a registrada no país no início da crise sanitária mundial. Só no domingo (24), Xangai – que continua a viver em confinamento – registrou 51 mortes, em um dos piores relatórios em mais de dois anos, e mais de dois mil casos. Já Pequim contabilizou 22 infecções em 24 horas. A situação em Pequim derrubou as bolsas de valores em todo o mundo por conta do medo que a cadeia mundial de fornecimento de alimentos e mercadorias sofra mais uma vez com problemas de abastecimento (ANSA).