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Ceará planta trigo pela primeira vez e colheita surpreende

em Economia
quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A iniciativa gerou resultado surpreendente em tempo recorde para o agronegócio do estado. Foto: opresenterural.com/reprodução

Uma parceria entre a iniciativa privada e a Embrapa resultou na primeira colheita de trigo no Ceará. O plantio, ainda em fase experimental, produziu a colheita de aproximadamente 9 toneladas de trigo, o que representa uma produtividade de 1,6 toneladas por hectare na primeira colheita. A iniciativa gerou resultado surpreendente em tempo recorde para o agronegócio do estado, já que era improvável que o cereal crescesse em solo cearense.

“Tivemos alguns desafios como adaptar a plantadeira e colheitadeira, buscamos fertilizantes e remédios próprios para trigo, mas podemos sim dizer que foi um sucesso, não só pela produtividade como também pelo curto prazo de duração do plantio até a colheita”, comentou o produtor Alexandre Salles. A ministra Tereza Cristina destacou que o Brasil está trabalhando para voltar a ter uma área plantada de trigo expressiva e ressaltou a importância das novas tecnologias para agropecuária brasileira.

Uma das vantagens da produção cearense foi o tempo curto entre o plantio e a colheita. O ciclo de produção no Ceará teve uma duração de apenas 75 dias, enquanto nas principais regiões produtoras do Brasil o ciclo entre plantação e colheita ocorre entre 140 e 180 dias. O resultado permite prever uma colheita maior nos próximos anos, o que sinaliza que “temos um potencial de crescimento muito grande, porque se trata de um trigo de excelente qualidade, desenvolvido pela Embrapa”, afirmou Salles.

O produtor aponta ainda que a produtividade obtida no Ceará se mostrou superior à da região Sul, que gira em torno de 2,4 toneladas por hectare, e pouco abaixo da obtida na região Centro-Oeste, de cerca de 5,5 toneladas por hectare. Salles diz que agora o plano é fazer alguns ajustes, expandir a área e tipificar novos produtos da cadeia do trigo. Ele diz ainda que deve continuar fazendo novos experimentos em outros estados como Maranhão e Piaui (AI/Mapa).