O ministro do STF, Gilmar Mendes, disse que a proibição da doação de empresas para finaciamento de campanhas eleitorais irá favorecer a prática de caixa 2.
Ao sancionar a lei da minirreforma eleitoral, a presidenta Dilma Rousseff vetou o inciso que permite a doação de empresas para campanhas eleitorais de candidatos, repassadas por meio de partidos políticos ou comitês financeiros das coligações.
Para Gilmar Mendes, mesmo impedidos de participar das contribuições, setores econômicos têm interesse nos resultados das eleições e vão “buscar meios de participar de alguma forma”. “O grande temor é que já haja recursos nas mãos de pessoas que vão fazer esta distribuição”, afirmou o ministro, depois de uma reunião com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Gilmar acrescentou que a Justiça Eleitoral não tem condições de coibir por total essa prática.
No último dia 17, o STF decidiu proibir o financiamento privado de campanhas políticas. Para Gilmar, o Congresso teria dado uma “grande contribuição” se tivesse se posicionado sobre o tema antes do julgamento e agora o país está “metido em uma grande confusão”. “A confusão só não é maior porque o Supremo não disciplinou a doação de pessoas físicas. O pedido era para que Supremo fixasse um teto para doação de pessoa física, mas com esta fórmula a gente vai montar talvez o maior laranjal”, afirmou, acrescentando que o Brasil perdeu a Copa, em 2014, mas está ganhando todas “as copas da corrupção e de laranjas” (ABr).