A educação financeira tem como objetivo conscientizar o indivíduo sobre a importância do planejamento financeiro, para que desenvolva uma relação equilibrada com o dinheiro e decisões acertadas sobre finanças e consumo. E isso não só tem a ver com os adultos, mas deve ser ensinado desde criança. A partir de dezembro de 2019 todas as instituições escolares tiveram que atender às novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Entre elas, a educação financeira no ensino fundamental e médio. Para se ter ideia da importância de ensinar finanças para as crianças e adolescentes: 40% da população adulta, brasileira, tem problemas financeiros. São mais de 63 milhões de pessoas com dívidas e/ou nome “sujo”. Com a pandemia, o ensino letivo e profissionalizante tiveram que ser adaptado. Aulas EAD e ao vivo online começaram a fazer parte da rotina de estudantes de todo o país.
“Se adaptar a BNCC já não era uma tarefa fácil presencialmente. Imagine de forma remota. Por isso, que aliar o ensino letivo com o profissionalizante agrega conhecimentos aos jovens e traz a oportunidade deles aprenderem a lidar bem com o dinheiro. Principalmente em uma época de escassez de recursos como essa que estamos enfrentando”, explica Jefferson Vendrametto, Diretor da rede de escolas Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos).
Há mais oportunidade para o empreendedorismo individual em todas as classes sociais. Por isso, a importância de ensinar a administrar recursos financeiros nas escolas. A pandemia veio para corroborar esse dado: no período de março a Agosto houveram 43 mil registros a mais de MEI (Microempreendedores individuais) quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Seja para ensinar os pequenos a empreender na fase adulta e/ou lidarem melhor com as suas tomadas de decisões acerca do dinheiro, a educação financeira está ligada a inteligência emocional. Pensando nesse cenário, 700 docentes do Cebrac separaram 5 dicas de como ensinar educação financeira para os pequenos:
- – Use jogos de tabuleiro (Board Games) na sala de aula – As crianças têm diferentes formas de captar conteúdos. Por isso, além dos livros e o formato lousa, debates e testes se divirta com os estudantes. Promova competições de board games (Jogos de tabuleiro) que tenham como temática administração financeira. Vale jogo da vida, banco imobiliário, entre outros.
- – Ensine os estudantes a fazerem a tabela de metas de poupança – Faça os alunos escreverem o que querem em curto, médio e longo prazo. Aqui vale objetivos como uma viagens, brinquedos, videogame, celulares, e etc. Essa atividade fará com que os estudantes consigam discernir entre pequenos e grandes objetivos. E que cada um deles custa um valor.
Após escrever as metas faça os estudantes analisarem quanto tempo demora para a realização de cada objetivo e os faça escolher entre os projetos. Isso dará aos estudantes o aprendizado de escolha e de custo de cada atividade. O custo de oportunidade dará a dimensão que se ele adquirir uma roupa da moda pode não ter o videogame do momento.
- – Ensine sobre os juros do cartão de crédito e cheque especial – A era de pouco dinheiro físico nas mãos – As crianças e jovens replicam o que experienciam. Com o advento dos cartões de débito e crédito, os filhos perdem a noção da onde vem o dinheiro e da importância de cobrir os gastos 100% do cartão de crédito. Ensine os estudantes como funciona os juros do crédito e limite de cheque especial. Quase não pegamos no dinheiro físico. Essa falta de contato modifica a forma de se relacionar com o capital.
- – Envolva os pais dos estudantes – Tenha reuniões periódicas com os pais, mesmo que virtual. O trabalho de ensinar sobre finanças fará sentido se reforçado pelos responsáveis das crianças. Os pais podem incentivar aos filhos pouparem por meio de exemplo. Dando a oportunidade deles participarem de algumas decisões de manutenção do lar; dando comissões e não só subsídios, isso é oferecer uma mesada, porém pagar comissões por tarefas em casa como tirar o lixo ou ordenar o quarto; e dando exemplo de boa conduta com o dinheiro, evitando brigas sobre do dinheiro na frente dos pequenos.
- – Reforce a importância da doação – O Brasil é um dos países que tem mais pessoas adeptas a doações, porém sem periodicidade. Evidenciar aos estudantes a importância de separar uma parte do que ganha para doação com periodicidade fortalecerá a sua cidadania e empatia. Isso promove uma sociedade mais justa. Para ajudar os alunos a entenderem para quem doar promova testes para que eles possam enxergar quais causas são mais adeptos. Causas como: proteção animal, proteção do meio ambiente, fome, violência contra mulher, e etc.
Fonte e mais informações: (www.cebrac.com.br).