Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o ministro do Gabinete da Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, foi apresentado como coordenador do plano de segurança do governo para tentar acabar com a greve dos caminhoneiros, que completou o quinto dia na sexta-feira (25).
Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Segurança Pública, Raul Jungmann, da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e da Defesa, Silva e Luna, também integram a chamada “sala de situação”, que acompanha os andamentos dos trabalhos junto da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo Etchegoyen, o grupo se reuniu duas vezes na sexta-feira e continuará com as reuniões periódicas. O ministro disse que o objetivo é assegurar abastecimento de itens críticos à população. Após conversa com o presidente Temer, o grupo estabeleceu uma lista de prioridades para atuar, que foi aprovada por Temer. Segundo Etchegoyen, já houve atuação na Refinaria de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde houve intervenção militar, e a situação “já normalizou praticamente quase na integralidade”. “Isso vai limpando o horizonte para nós”, avaliou o ministro.
Ele considerou que, desde quinta-feira, 24, está caindo a taxa de interdições nas vias brasileiras. “Estamos chegando a um bom momento”. Etchegoyen destacou ainda que todos os instrumentos do governo estão em condições de serem empregados para atuar para garantir o abastecimento nos Estados e que o governo “não deixará de usar a energia necessária em nenhum momento. O ministro Padilha disse que, apesar do acordo do governo com os caminhoneiros não ter acabado com a greve, de sexta para sábadso, foram constatados “avanços muito importantes”. “Há resistência por parte de alguns. Às vezes a resistência de uma minoria barulhenta chama mais atenção do que a maioria”, disse.
Levantamento feito pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) com 11 distribuidoras de medicamentos, mostra que 8 não conseguiram fazer entregas para fora do município de São Paulo. No mesmo grupo, três não conseguiram nem mesmo fazer entregas dentro da capital paulista. Pelos cálculos do setor, em uma semana, o setor deixou de faturar R$ 1 bilhão. “Isso significa que cerca de R$ 200 milhões de ICMS deixaram de ser recolhidos”, afirmou o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini (AE).