André Franco (*)
O primeiro trimestre do ano passou e já dá sinais de quais tendências de Comunicação Interna irão se confirmar nos próximos meses. Antes de partirmos para as tendências, temos de lembrar de um ponto-chave (e que permeia toda a nossa conversa): o planejamento.
Pode parecer óbvio, mas não é! Isso porque apenas 63,5% dos respondentes da pesquisa “Tendências de Comunicação Interna 2021” afirmaram que há planejamento estratégico de CI na organização. Se analisarmos somente as empresas de grande porte, o percentual sobe para 74,7%.
Em ambos os cenários, há muitos profissionais sem um direcionamento claro, o que dificulta implementar novidades e, principalmente, avaliá-las em termos de resultado para a área e para o negócio. Posto isso, acompanhe a lista e, se necessário, revisite seu planejamento para incorporar as tendências de acordo com os seus objetivos.
1 – Liderança mais cuidadosa com a comunicação – De acordo com a mesma pesquisa, 96% dos respondentes consideram o gestor imediato e 94,9% a alta liderança como os canais de comunicação mais relevantes. Colocar à prova a capacidade de comunicação dos líderes junto aos times não é algo novo, mas a pandemia intensificou esse papel.
Além de colocar a liderança sob o holofote, a pandemia fez com que a postura desses profissionais fosse analisada com ainda mais critério por parte dos colaboradores. Segundo a pesquisa “Trust Barometer”, realizada pela Eldeman, 86% dos colaboradores esperam que CEOs de grandes organizações se posicionem sobre questões relacionadas à pandemia (servindo, assim, como referência e exemplo).
Engajar esses líderes como comunicadores e convidá-los a participar das campanhas de Comunicação Interna, com certeza, é um grande acerto para engajar o público interno.
2 – Mensuração já! – A importância do uso de métricas para Comunicação Interna é um tema recorrente aqui no Blog Dialog, contudo sabemos que esse tema ainda é um dos maiores desafios para as organizações. O número de empresas que tem planejado a forma de mensurar os objetivos de CI ainda é baixo (31,5%) e, aquelas que medem, o fazem na minoria das ações: O estudo ainda mostra que, para 62,9% dos entrevistados, mensurar será prioridade neste ano.
3 – Influenciadores internos: eles existem e são valiosos – Conforme já falamos em outras oportunidades, esse perfil de influência que certos profissionais apresentam impacta diretamente a cultura organizacional. Isso porque esses colaboradores podem atingir até 85% do quadro geral de funcionários, segundo estudo da IC Kollectif.
As organizações já veem valor nesse canal ao desenhar suas estratégias de CI: 32% dos pesquisados desejam implantar algo relacionado a esses agentes internos e 39,4% devem intensificar o uso deles neste ano.
4 – Convivência digital – Não é segredo que muitas empresas não estavam prontas para adotar um modelo de trabalho remoto quando a pandemia começou. Agora, um ano depois, organizações já se adaptaram ao home office ou começaram a trabalhar seguindo um modelo híbrido.
Por esse motivo, a área de Comunicação Interna precisa entender esse novo cenário e trabalhar com canais que atinjam esses colaboradores, independentemente de onde estejam. Para isso, nada melhor do que o digital. A rede social corporativa, por exemplo, é uma ótima opção para incentivar a convivência digital entre os funcionários, criando um ambiente pautado na informação, engajamento e espaço de fala.
5 – Digitalização da CI – Conversando diretamente com a tendência anterior, digitalizar a Comunicação Interna se mostra uma tomada de decisão extremamente necessária para acompanhar esse novo cenário global.
Trabalhar com ferramentas digitais de CI permite com que as organizações cheguem até seus colaboradores de maneira rápida, independentemente de localidade. Seja no home office, no escritório, no chão de fábrica, em lojas ou no campo.
(*) – É CEO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH, que funciona como um hub para o colaborador.