Gustavo Franco (*)
Você sabia que suas campanhas emitem carbono? Grande parte da energia consumida pelas infraestruturas digitais advém de fontes de energia não renováveis, como o carvão e o gás natural. Além disso, a produção de dispositivos eletrônicos como servidores, computadores e smartphones também contribui para as emissões de carbono ao longo do seu ciclo de vida, desde a extração de matérias-primas até a fabricação e descarte.
De acordo com um estudo da Footsprint, empresa do ecossistema Labelium que tem foco em construção de presenças digitais sustentáveis, um influenciador que tem 3 milhões de seguidores e que publica todos os dias nas redes sociais, emite 1.072 toneladas de carbono em um ano, gerados pelos conteúdos produzidos. Isso é o equivalente a 481 viagens de avião entre Paris e Nova York. Com o crescimento exponencial das mídias digitais e da presença digital dos influenciadores , já dá para imaginar o quanto uma campanha de alto impacto pode afetar o meio ambiente.
A boa notícia é que é possível reduzir esse efeito significativamente adotando medidas simples no planejamento da sua campanha. Por exemplo, em campanhas de vídeo: por meio da redução do tempo de exibição da mensagem. Quanto mais longo um vídeo publicitário ou de um influenciador é, maior a emissão de Co2. Por exemplo: um vídeo em 720p transmite em média 0.42MB a cada segundo, 25MB por minuto e 1.5GB por hora.
Além disso, devido ao carregamento do conteúdo (upload), a energia consumida será grande, independente se o vídeo foi visto pela audiência ou não. Vídeos mais curtos, aliás, não são bons somente para o meio ambiente: eles também têm performance melhor com as audiências, de acordo com dados internos da Labelium, compilados da performance de diversas marcas gerenciadas pelo grupo.
Outra ação efetiva e sustentável é a reutilização de conteúdos com boa performance. Se um vídeo de um influenciador ou de uma campanha está com uma performance acima da média, por que não o reutilizar? Você pode adaptá-lo com uma narrativa diferente, incluir novos elementos ou produtos, ou ainda, redimensioná-lo para outros formatos. Ou quem sabe, buscar novas audiências para impactar com o mesmo criativo
Independente do formato, o ponto central está em desenvolver uma mentalidade sustentável , mas em toda a cadeia de valor da publicidade digital. Ter consciência de que campanhas de marketing também afetam o meio ambiente é chave e levará agências e anunciantes, num futuro próximo, a refletir em como ser mais enxutos em seus planos de mídia, entregando mais performance e, ao mesmo tempo, menos impacto para o meio ambiente.
Sabemos que, no Brasil, ainda estamos distantes dessa reflexão ser posta em prática na maioria das marcas e campanhas, mas ao começar esse diálogo com os decisores, agências e veículos de comunicação, o primeiro passo já foi dado.
(*) É Country Manager da Labelium Brasil.
