O retorno à atividade profissional melhora a saúde, a autoestima e o bem-estar do público sênior, que ganha um novo sentido à vida. Aplicativo faz monitoramento constante dos idosos e, assim, garante a qualidade de vida de seus usuários. A startup, que é empresa de impacto social, é a única na área das HRtechs que seleciona, prepara e gerencia força de trabalho da terceira idade
Os números são taxativos: o mundo está envelhecendo. Hoje, o público sênior representa 25% da população mundial. Mas no Brasil apenas 24% das pessoas entre 50 e 64 anos está economicamente ativa com trabalho e renda formais. Nos países mais tradicionais, este índice está acima de 67%. No Japão, líder mundial em longevidade, 80% da população acima dos 50 anos está ativa.
Mas, afinal, porque trabalhar pode trazer benefícios às pessoas na idade madura? O primeiro ponto positivo do trabalho é o aumento de auto-estima. O idoso que conquista uma atividade profissional para de se reconhecer e de se chamar de aposentado — alguém que não tem uma função específica em uma sociedade regida pelo trabalho.
“Ele ganha responsabilidade, se sente incluído socialmente e vê seus resultados aparecerem de forma natural. Isso, é claro, acontece quando é bem integrado em profissões que enaltecem seus pontos fortes e não, suas limitações”, afirma o especialista em longevidade Sergio Serapião, Fellow Ashoka e fundador da startup Labora, lançada recentemente para integrar as necessidades de empresas modernas às habilidades e desejos dos seniores.
A startup está conseguindo impactar positivamente a sociedade, desde o seu pontapé inicial, na fase de MVP (minimum viable product). E tudo está sendo documentado. Ao final de cada mês, a Labora faz uma avaliação para compreender como o trabalho afeta a vida e a saúde de cada sênior contratado pela plataforma. E os resultados têm sido bastante relevantes: 31% avalia que sua qualidade de vida melhorou, 41% acredita que o sentido de sua vida aumentou ou aumentou muito e 56% acha que sua prontidão ao trabalho melhorou ou melhorou muito.
Em relação à tecnologia, tema que gera medo, distanciamento e um certo sentimento de inadequação por parte dos seniores, a percepção também se transforma depois de apenas um mês como colaborador em alguma empresa. Dos entrevistados pela startup, 56,3% considera que sua integração digital melhorou. E aqui, vale uma explicação: entende-se por integração digital a habilidade de se conectar por meio da Tecnologia, que, cada vez mais, faz parte do cotidiano atual.
“Com um programa de desenvolvimento específico para seniores, esta barreira psicológica cai por terra”, afirma Serapíão. “Na Labora, temos conseguido quebrar este paradigma”. Por outro lado, muitas pessoas associam tecnologia aos jovens e estigmatizam pessoas mais velhas como incapazes de integrarem-se digitalmente. “Isso é puro preconceito. É claro que podem”, ressalta Serapião.
As pessoas que se interessam em manter uma atividade profissional na terceira idade, em geral, são aquelas que foram ativas a vida toda, criaram um vinculo positivo com o trabalho e querem complementar a renda da aposentadoria. “Nosso público é formado por quem busca a realização e sabe que o trabalho pode ser um veículo para isso. Tem idade mínima de 50 anos e máxima de 80 anos, sendo que há concentração maior entre 55 e 65 anos”, conta Sérgio.
É o caso de uma profissional sênior que atua em um grande banco por intermédio da Labora. “Sempre trabalhei. Só parei para cuidar do meu neto, mas sabia que um dia teria de voltar por questões financeiras. Mas, por causa da idade, imaginava que aconteceria de reiniciar em alguma atividade como recepcionista de um consultório ou algo do tipo. Hoje, quando vi, estava trabalhando ao lado da vice-presidente do banco e ela pediu licença em sua conversa com outra pessoa para me observar, dizendo que queria aprender comigo o processo. Estou muito feliz”, relata.
Fonte e mais informações: (www.labora.tech).