O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, sugeriu hoje (16) a aplicação de sanções contra dirigentes da Venezuela como uma das formas de acabar com o que chamou de “ditadura” de Nicolás Maduro.
“Há bens [de governantes] bolivarianos em quase todos os países latino-americanos”, disse Almagro, que participou de um debate sobre a Venezuela e as democracias da América Latina juntamente com o escritor peruano e Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa.
Na Casa da América em Madri, Almagro defendeu as sanções para acabar com a “impunidade dos crimes de contra a humanidade” cometidos pelas autoridades venezuelanas, as quais vinculou ao terrorismo e ao narcotráfico. O chefe da OEA disse que grupos no Oriente Médio, como o Hezbollah, são financiados graças ao narcotráfico na Venezuela e pediu à comunidade internacional que atue contra o regime de Maduro. “Não podemos subestimar as ditaduras”, ressaltou Almagro, para quem as sanções contra as autoridades de Caracas devem vir antes de qualquer outra alternativa.
As ações futuras podem passar, inclusive, por levar alguns líderes venezuelanos à Corte Internacional de Justiça, acrescentou o secretário. Vargas Llosa, por sua vez, afirmou que na Venezuela há um “retrocesso dramático” político, econômico e social, derivado da “ditadura” de Hugo Chávez e depois de Nicolás Maduro. “A Venezuela é trágica para toda a América Latina”, afirmou o escritor, que também prestou homenagem à “coragem” da oposição. Sobre as eleições presidenciais de maio na Venezuela, ambos concordaram que são uma “farsa”, que deve ser denunciada pelos governos internacionais (ABr/EFE).