A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, comentou ontem (26), sobre o superávit primário de R$ 1,348 bilhão em novembro e destacou que a execução orçamentária no último trimestre de 2017 é diferenciada, com a entrada de mais receitas de concessões e a redução de despesas em relação ao fim de 2016.
“O dado extraordinário de novembro foi entrada de receitas de concessões”, afirmou, em referência ao pagamento de R$ 12 bilhões em outorgas do leilão de hidrelétricas.
Apesar do resultado acumulado em 12 meses ser um déficit de R$ 167 bilhões, Ana Paula afirmou que o governo conseguirá alcançar com folga a meta de déficit de R$ 159 bilhões no fim deste ano. “As despesas concentradas em dezembro de 2016 não se repetirão este ano. Em dezembro teremos despesas menores que do ano passado e ainda teremos R$ 17,7 bilhões a mais em receitas. Temos cenário propício para cumprimento da meta, que terá certa folga”, afirmou. “Vários dos riscos fiscais para 2017 não se concretizaram. Por exemplo, os leilões foram bem-sucedidos” completou.
Ainda assim, ela lembrou que o mês dezembro é atípico e concentra volume maior de despesas. “As despesas discricionárias têm sido muito reduzidas, mas não podem ser zeradas. São despesas importantes, como a farmácia popular e fundo de assistência social”, repetiu. A secretária do Tesouro apontou a estabilidade das receitas e despesas totais no ano até novembro fazem com que déficit de R$ 101,919 bilhões acumulado em 2017 seja semelhante ao do mesmo período de 2016.
Apesar disso, destacou ela, descontados os fatores não recorrentes, a arrecadação federal cresceu 2,4% até o mês passado. As receitas administradas responderam por 0,8 ponto porcentual (p.p.) nessa elevação, as não administradas por 1,3 p p. e as receitas previdenciárias por 0,3 p.p. “Observamos uma reação gradual das receitas, em linha com recuperação da economia”, avaliou Ana Paula (AE).