Marcelo Miranda (*)
Se você é gestor e ainda não sabe por onde começar a cuidar da saúde mental de seus colaboradores, comece pelo simples. Trabalhar a favor da saúde mental dos colaboradores não requer, necessariamente, recursos elevados. Pequenas ações podem ter grandes resultados.
O que fazer para descobrir como anda a saúde mental? Um exemplo que não vai ter impacto para o seu bolso: um questionário online de avaliação das condições de trabalho e da vida pessoal podem trazer insights reveladores para os gestores.
As respostas podem servir para reavaliar posturas, demandas, condutas, entre muitos outros aspectos que podem ser ajustados da cultura corporativa. Além disso, contar com a ajuda, ou melhor, a consultoria de especialistas em bem-estar corporativo, como psicólogos, pode ser transformador para a empresa.
. Técnicas para o bem-estar mental da sua equipe – Como em tudo na área da saúde, é melhor prevenir do que remediar. Ou seja, se algum leitor acredita que a equipe está bem da cabeça, isso não significa que técnicas que favoreçam corpo e mente não precisem ser colocadas em prática, certo? Por isso, as orientações a seguir são para você também que acredita que está tudo bem.
Cada empresa tem uma realidade específica, então, não há receita de bolo. Os exemplos a seguir podem servir para você ou não. Avalie seu contexto e encontre uma forma de levar seus colaboradores a um caminho com mais satisfação e equilíbrio no trabalho nesse cenário atual.
Muitas vezes, pode ser difícil lidar com essas agendas internamente nas companhias, e hoje há empresas 100% especializadas em saúde e bem estar corporativo, como é o caso da BeeCorp, que gentilmente colaborou com alguns exemplos para esse artigo.
- Reunião 1-1 – Para desmistificar os transtornos mentais, precisamos estudar, reconhecer e, claro, conhecer pessoas que lidam com isso. E só vamos saber se alguém lida com isso se tivermos a oportunidade de uma conversa privada, como nos encontros 1-1, por videochamada. Esses momentos costumam ter foco nas questões de produtividade individual, alinhamento de metas e objetivos.
Mas é nessas horas que precisamos deixar o colaborador à vontade para expor algo que esteja vivenciando e impactando sua vida pessoal e profissional.
Acredito que bons gestores são ótimos ouvintes. Não é sessão de terapia, é empatia como estratégia de gestão de pessoas.
- Ergonomia – Faça o possível para que cada integrante do seu time esteja trabalhando em um espaço adequado – dentro do possível de cada um, claro. Oriente as pessoas sobre a importância de manter um espaço exclusivo para o trabalho, com cadeira com encosto, tela na altura dos olhos, apoio para os pés, entre outros itens.
Algumas empresas chegaram a enviar equipamentos para a casa dos colaboradores. Talvez você não tenha recursos para isso, mas tenha consciência daquilo que está nas suas mãos para garantir um conforto corporal e, consequentemente, mental às pessoas.
- Técnicas de respiração e automassagem – Para enfrentar situações de estresse, ansiedade e angústia, existem técnicas de respiração e de automassagem capazes de promover alívio, relaxamento e foco. Com tantas atividades ao longo do expediente, além do “malabarismo” com as diversas calls que foram somadas à rotina, o trabalhador invariavelmente vai se sentir sobrecarregado. Essas técnicas são muito eficazes quando conduzidas por um profissional especializado.
- Ginástica laboral e ioga – Atividade física tem um poder transformador em todos os humanos, especialmente entre aqueles que enfrentam questões de saúde mental. Não sou médico nem especialista em saúde, mas sei que uma boa dose de neurotransmissores do bem são liberados durante as práticas.
Assim como técnicas de respiração podem ser ensinadas, uma forma de favorecer o bem-estar da equipe é promover aulas online de ginástica laboral, ioga, entre outras atividades que busquem conectar mente e corpo. Mindfulness, o foco no agora, é um alívio para as incertezas do futuro.
Espero que esse artigo tenha feito algum sentido para você e possa te ajudar de alguma forma. Saúde mental não pode ser tabu. É nossa responsabilidade aprender a lidar com isso e promover bem-estar no trabalho.
(*) – É Engenheiro Civil pela UFMG, com MBA em Stanford e especializações em Harvard, Columbia e Singularity University e É CEO da Consolis Tecnyconta na Espanha, filial espanhola do grupo multinacional francês Consolis.