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Reforma Tributaria deve aumentar demanda por serviços contábeis

em Destaques
quarta-feira, 10 de julho de 2024

A pedido do jornal Folha de S. Paulo, a IOB, que une Inteligência em Legislação e Tecnologia avançada para resolver os desafios de contadores e de empresas de todos os portes, realizou uma pesquisa inédita: “A Opinião dos Contadores Brasileiros sobre a Reforma Tributária”. O levantamento traz descobertas a partir de um estudo minucioso que entrevistou 331 contadores, das 27 unidades federativas, realizada entre 2 de março e 13 de maio, e oferece insights valiosos sobre as percepções dos profissionais que estão na linha de frente para adaptação das empresas às mudanças fiscais que ocorrerão.

“A base de dados da pesquisa IOB em parceria com a Folha conta com uma grande diversidade de participantes, tanto de níveis hierárquicos quanto de portes de escritórios do segmento. Os resultados revelam opiniões equilibradas sobre os impactos da Reforma no cotidiano dos escritórios de contabilidade. Porém, é importante lembrar que a Reforma conta com uma variedade de obrigações fiscais aguardando regulamentação e publicação, o que torna mais complexa a interpretação prévia de seus possíveis impactos na prática”, afirma Sérgio Approbato, Diretor Estratégico da IOB.

  1. Perfil dos Contadores – Do total de entrevistados, 48% são proprietários de seus escritórios, 26,9% são gerentes ou coordenadores, 15,1% são analistas, 4,2% são diretores, e 5,7% ocupam outras posições.
  2. Faturamento Anual dos Escritórios – A pesquisa indica que a maioria dos escritórios (45,9%) são classificados como Microempresas – faturamento até R$ 360 mil anual – Em segundo lugar ficaram escritórios que faturam entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões – Empresa de Pequeno Porte (EPP) com 26,6%; em terceiro são aqueles com faturamento entre
    R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões – Média Empresa, totalizando 18,4%; e por fim, acima de R$ 300 milhões – Empresa de Grande Porte, com 9,1% das respostas.
  3. Tamanho dos Escritórios – 67,4% dos escritórios possuem até 20 funcionários, mostrando que a maioria são pequenas empresas. Pequenos escritórios frequentemente enfrentam desafios distintos em adaptações regulatórias. Os dados mostram que 11,2% contam com de 20 a 50 pessoas; 5,1% de 51 a 100 funcionários e 16,3% possuem de 101 a 300 colaboradores;
  4. Opinião dos Contadores sobre a Reforma – As opiniões estão divididas: 40,8% veem aspectos positivos pela simplificação dos impostos e o passo inicial para resolver distorções tributárias. Enquanto 47,7% expressam visões contrárias, destacando a alta carga tributária, pelo fato de que os impostos devem se manter parecidos com os atuais, além do aumento da complexidade do sistema tributário. Não souberam opinar 11,5% dos entrevistados.
  5. Concordância com as Mudanças: chegada do CBS e IBS – A principal mudança será a extinção do PIS, COFINS, ICMS e ISS, que serão fundidos em dois: O PIS e a COFINS pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o ICMS e ISS pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Questionados se concordam com essas mudanças, 54,1% dos contadores dizem sim; enquanto 31,1% dizem não. Outros 14,8% não souberam opinar.
  6. Redução de 60% das Alíquotas de Bens e Serviços – A Reforma prevê alíquotas de bens e serviços reduzidas em 60% para alguns bens e serviços. Uma parcela de 26% dos contadores que participaram da pesquisa afirmaram que acham justa a medida de alíquotas reduzidas, enquanto 58,6% afirmam que não concordam. 15,4% não sabem opinar.
  7. Redistribuição de Carga Tributária – A maior parte (48,9%) considera injusta destacando a necessidade de revisões para garantir um equilíbrio adequado entre os setores. Somente 15,4% acham a redistribuição justa. Além disso, 18% ficaram neutros nas respostas. Ao todo, 17,5% não souberam opinar, marcando o recorde na pesquisa com o maior índice de entrevistados que não souberam opinar ao longo das 14 perguntas que compõem a pesquisa de opinião.
  8. Equidade na Distribuição de Carga Tributária – Sobre promover uma maior equidade na distribuição de carga tributária entre os setores econômicos, uma parcela significativa (46,5%) não acredita que isso aconteça, o que é um claro posicionamento por parte dos profissionais de contabilidade. Por outro lado, 25,7% acreditam que a Reforma Tributária promove maior equidade. Neutros totalizaram 14,2% e os que não souberam opinar foram 13,6% dos respondentes. Uma grande porcentagem de contadores não quis opinar, pois ainda há muitos pontos da Reforma Tributária a serem definidos.
  9. Transparência e Previsibilidade proposto pela Reforma – A pesquisa apontou que a falta de transparência e previsibilidade é uma preocupação para os profissionais contábeis. ?
    Apenas 12,7% dos contadores consideram o sistema proposto transparente e previsível.
    Pouco transparente e imprevisível é a opinião de 51,7% dos contadores que participaram do estudo. Neutros somam 19,3% e os que não sabem opinar somam 10,9% dos participantes. É natural que os contadores ainda não enxerguem a transparência da Reforma, porque as normas regulamentadoras estão sendo discutidas pelo Congresso.
  10. Aumento da Arrecadação do Governo – 74% dos entrevistados acreditam que aumentará a arrecadação do Governo. Na contramão, somente 11,5% acreditam que não. Os neutros somam 6,6% e não souberam opinar 7,9%.
  11. Demanda por Serviços Contábeis – A maior parte dos contadores brasileiros ouvidos na pesquisa (59,5%) prevê um aumento na demanda por serviços contábeis. Do total, 29% acreditam que não. Os que não souberam opinar foram 11,5%.
  12. Preço dos Serviços de Contabilidade – De forma equilibrada, 37,2% acreditam que os preços dos serviços de contabilidade subirão e 37,8% ficaram neutros nas respostas, enquanto 12,1% acreditam que o preço deve cair e 12,7% não souberam opinar.
  13. Os contadores devem se beneficiar da Lei complementar que prevê redução de 30% na alíquota para profissão intelectual? – A grande maioria (50,5%) acredita que eles devem ser beneficiados pela lei complementar que prevê a redução da carga tributária dessa categoria de serviços, além disso, mais 23,3% também afirmaram que sim, mesmo que haja redução de cargos desses serviços. Isso demonstra a preocupação com a manutenção da competitividade e justiça fiscal para os contadores. Os que responderam não foram 11,8% e os que não souberam opinar totalizaram 14,5% dos participantes.

Ainda é cedo para dar opiniões aprofundadas sobre a Reforma Tributária, pois muitas temáticas ainda não foram regulamentadas e os textos dos projetos de leis podem sofrer diversas alterações até chegarem nas suas versões finais a serem aprovadas. No geral, é vista como positiva e vai trazer uma maior demanda de trabalho de consultoria por parte dos contadores, pois são eles que estarão encarregados de ajudarem as empresas a implementarem as mudanças.

Para que os pontos definidos na Reforma Tributária sejam implementados, a primeira pessoa a ser consultada será o contador. “Os resultados refletem o ponto em que estamos, com muitas normas, alíquotas e impostos a serem regulamentados. Esse cenário indefinido divide a interpretação dos profissionais da contabilidade e suas perspectivas ante à implementação das mudanças, com novos processos que demandam um tempo de análise e adaptação operacional”, analisa Approbato.

O diretor estratégico da IOB também comenta que, com a simplificação de impostos e obrigações fiscais, a expectativa é de que a atuação do contador seja estratégica, sobretudo, no momento de transição, em que dois sistemas tributários vão atuar ao mesmo tempo.”

“Estamos longe do término das definições da Reforma Tributária e trata-se de uma pesquisa de opinião, um recorte do momento que estamos vivendo hoje. Mas uma coisa é certa, o contador será o profissional mais valorizado do mercado quando a Reforma Tributária passar a valer”, finaliza Approbato. – Fonte e mais informações: (https://www.iob.com.br).