O resultado negativo no desempenho do comércio para o mês de outubro, divulgado ontem (13) pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), fez com que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisasse a expectativa de queda do varejo restrito – que não inclui veículos automotores e materiais e construção -, de 6,0% para 6,5% até o final do ano.
No varejo ampliado (que inclui veículos e material de construção), a expectativa de recuo é de 9,5%.
Descontados os efeitos sazonais, o volume de vendas do varejo restrito recuou 0,8% entre setembro e outubro. Já o varejo ampliado registra a oitava queda do ano (-0,3% em relação a setembro), puxado pela queda de 0,3% no segmento automotivo e de 4% no de materiais de construção. De acordo com o economista da CNC, Bruno Fernandes, a manutenção da elevada taxa de juro real e a fragilidade do mercado de trabalho são os principais impactos negativos para o desempenho.
“Apesar do cenário mais benigno para a inflação no período, com o índice convergindo para a meta, a permanência de alta do custo do crédito e do desemprego dificulta a recuperação das vendas. Mesmo diante de expectativas menos desfavoráveis, dificilmente o varejo deixará de registrar seus piores resultados históricos”, afirmou.
O destaque negativo de outubro no varejo restrito foi motivado pelos ramos de super e hipermercados e de combustíveis e lubrificantes, que acusaram respectivamente quedas de 0,6% e 1,7% em relação ao mês anterior. Outro segmento que sofreu perda foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%). Na comparação com outubro do ano passado, tanto o varejo restrito (-8,2%) quanto o ampliado (-10,0%) registraram desempenhos negativos neste mês (ABr).