A queda do dólar abaixo dos R$ 3,40 preocupa a indústria, principalmente porque pode prejudicar as exportações nacionais, avalia o diretor do Departamento de Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, Thomaz Zanotto.
Entretanto, o especialista acredita que o câmbio deve voltar a apreciar e chegar por volta de R$ 3,70 até o final do ano, depois de passado o cenário de turbulência política. Segundo ele, é necessário monitorar o comportamento do câmbio nos próximos períodos, devido à “função vital” que ele vem exercendo nas exportações. “R$ 3,70 é um câmbio de equilíbrio. Se não é ideal, é razoável”, declarou.
A Fiesp divulgou ontem (8), o Coeficiente de Exportação (CE) da Indústria da Transformação nacional, que mede a proporção da produção que é exportada, que fechou o primeiro trimestre em 21%, aumento de 1,4 ponto porcentual na comparação com os últimos três meses de 2015, e o Coeficiente de Importação (CI), que avalia a proporção dos produtos consumidos internamente que é importada, também teve alta na mesma base de comparação, de 0,3 ponto, para 19,2%. Conforme Zanotto, os porcentuais devem ficar estáveis no segundo semestre, porque as variáveis que influenciam os indicadores não terão “mudanças dramáticas” no período.
Para ele, as empresas continuarão direcionando suas vendas para o mercado externo diante da fraca demanda interna. “As exportações não serão a ‘salvação da pátria’, mas com certeza elas segurarão para que não haja um ambiente pior para a economia nacional”, declarou, citando que, apesar do potencial, os negócios no comércio exterior serão ainda tímidos, devido a uma demanda externa “de lado”. Já da parte das importações, Zanotto vê que não há espaço para uma retomada, já que há uma capacidade ociosa grande das indústrias nacionais, que pode suprir uma eventual demanda com aumento de produção interna (AE).