Odilon Almeida (*)
Muitas vezes percebidas como mais ágeis e inovadores do que as instituições bancárias tradicionais, os bancos digitais e as fintechs cresceram rapidamente ao oferecer novos serviços e níveis elevados de personalização. Tal é a sofisticação e a qualidade da experiência dos clientes com estas empresas que as instituições financeiras incumbentes as têm como exemplo ou até mesmo como parceiras.
Afinal, inovar depende da quebra de barreiras estabelecidas com o tempo. Isso se comprova com estatísticas colhidas desde 2017, quando 82% das empresas de serviços financeiros globais disseram que esperavam aumentar as parcerias com fintechs, sendo que 88% se diziam preocupadas em perder receita para organizações inovadoras.
Embora os bancos tradicionais tenham se tornado sofisticados no uso de dados e novos aplicativos para smartphones, buscam incessantemente a inovação e níveis profundos de personalização. Porém, inovar está se mostrando sinônimo de aumento de receita — para os bancos e para seus clientes também — e atração para novos públicos.
Se quiserem corresponder à criatividade e à agilidade dos bancos digitais e das fintechs, as grandes organizações financeiras precisam permitir que suas equipes de negócios extraiam insights mais significativos das massas de dados que estão ao seu alcance. Isso só será possível se tiverem a tecnologia para quebrar seus silos internos, melhorar a qualidade dos dados e fornecer acesso rápido a insights analíticos.
As instituições têm uma grande herança de dados de clientes. Porém, esses dados muitas vezes estão em sistemas altamente díspares, construídos ao longo do tempo e difíceis de reunir. É aqui que bancos digitais e fintechs, por vezes, demonstram conhecimento especializado. Eles sabem como usar todos os tipos de dados para fornecer as interfaces elegantes e os produtos e serviços altamente personalizados e inovadores que os clientes desejam.
. – Pesquisa – Uma pesquisa patrocinada pela InterSystems e realizada pela Financial Information Management (FIMA) nos EUA e Canadá revela por que tantas organizações financeiras acham tão difícil quebrar os silos de dados.
Foram consultados 250 líderes financeiros de bancos de varejo e de investimentos, seguradoras e empresas de gestão de patrimônio sobre como eles disponibilizam insights acionáveis para suas equipes de negócios.
Mais da metade deles (54%) disseram que os dados em silos eram uma das maiores barreiras à inovação em seus negócios. Quase sete em cada dez (68%) disseram que criar uma representação única e consistente de dados removendo os silos era um desafio.
A cultura e o conservadorismo também influenciam fortemente. 49% dos entrevistados disseram que havia falta de compreensão ou adesão mais ampla em sua organização, ilustrando a diferença de mentalidade entre instituições financeiras maiores e multifacetadas e organizações menores e mais novas com menos linhas de negócios.
As grandes instituições financeiras têm muitas interações diferentes com seus clientes, que vão desde contas correntes a hipotecas, empréstimos, seguros e investimentos. Muitas vezes é difícil obter uma visão 360º de cada cliente, seus requisitos e padrões de comportamento quando os dados estão em formatos e sistemas diferentes.
Para oferecer experiências de alta qualidade ao cliente, as instituições financeiras devem ser capazes de coletar e analisar todos esses dados quase em tempo real. Só então será possível produzir os insights que atendem à maior sensação de satisfação e às expectativas dos clientes acostumados à experiência dos varejistas online.
Em outras palavras, as organizações financeiras precisam de uma visão holística de seus clientes, sejam eles consumidores e institucionais ou empresariais, para que possam prestar seus serviços de forma mais eficaz, oferecendo uma experiência de personalização diferenciada. Suas equipes de negócios precisam de acesso rápido aos insights críticos para criação e execução de estratégias de clientes mais eficazes.
Como conseguir isso? Usar uma arquitetura mais inovadora, como a Smart Data Fabric, que as ajuda a democratizar os insights, fornecendo acesso aos dados para todos na empresa. Os Smart Data Fabric possibilitam integração e harmonização de dados de dentro e de fora da organização com precisão e atualidade.
Além disso, incorporam dados de eventos e transações em tempo real com informações históricas e recursos analíticos integrados. Empregar dados na tomada de decisões estratégicas é uma das três principais prioridades do setor financeiro.
A visão de dados 360º é uma necessidade e um desafio.
Ao implementar uma visão holística de 360º de todos os seus dados e incorporar análises em um Data Fabric contínuo, as instituições que precisam inovar avançarão rapidamente em direção a esse objetivo. Elas aumentarão o time-to-value, adquirirão muito mais criatividade e agilidade organizacional e introduzirão novas eficiências significativas.
Isso permitirá que concorram e colaborem com bancos digitais e fintechs em um mundo mais competitivo, onde a capacidade de gerenciar e analisar dados e compartilhar insights rapidamente será essencial.
(*) – É head do mercado financeiro da InterSystems no Brasil