O prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella disse ontem (21), após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo vai precisar de ajustes.
“Acho que todo o Brasil aprova a reforma em dois aspectos: é preciso trabalhar mais para se aposentar, porque estamos vivendo mais; e quem ganha mais contribui mais, quem ganha menos, contribui menos”, disse, ao deixar o Ministério da Economia.
De acordo com o prefeito, todos precisam ser incluídos na proposta. “É preciso incluir todos; as Forças Armadas precisam estar nisso”, afirmou. O pagamento do Benefício de Prestação Continuada somente aos 70 anos “não é adequado”. “Tenho certeza que o Congresso vai preservar os idosos e as pessoas com deficiência. 70 anos é uma idade avançada”, ressaltou.
Crivella afirmou que o ministro mostrou-se favorável à ideia de que seja repassado um valor maior de recursos aos municípios que fizerem esforço para controlar seus gastos. Ele acrescentou que cidade do Rio de Janeiro gera, por ano, o recolhimento de R$ 160 bilhões em impostos federais. “Quanto volta? Voltam R$ 4 bilhões ou R$ 5 bilhões, que são os recursos do Fundeb e os recursos do SUS”, disse.
Crivella disse que é preciso “justiça fiscal” na proporção dos esforços feitos pelos municípios. “Tenho 11 mil km de ruas e avenidas que precisam de reparação, tenho todos os rios e lagoas do Rio de Janeiro poluídos, todos os morros da minha cidade com a violência anômica [assaltos, agressões, homicídios], falta saneamento, falta emprego. Até quando o Rio vai resistir em mandar R$ 160 bilhões para Brasília e receber só R$ 5?” (ABr).