Desde o início do ano, 27 pessoas foram mortas por policiais na capital paulista, segundo levantamento da Ouvidoria das Polícias do Estado.
Os números, indicam que pelo menos seis casos ocorreram no feriado de carnaval e na Quarta-Feira de Cinzas. Na terça-feira (9), duas pessoas foram mortas por policiais, uma delas por um agente que estava de folga, na região do Morumbi.
“Quando ele [policial] se apresenta como de folga, na realidade ele está no bico, exercendo uma função que ele não poderia estar exercendo”, disse o ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes, referindo-se aos agentes que fazem trabalhos extras como seguranças privados. Em janeiro, foram contabilizados pela ouvidoria um total de 20 mortes causadas por policiais. “É bem violento. A coisa continua em ritmo de escalada”, destacou o ouvidor sobre o número de ocorrências.
Em 2015, segundo a ouvidoria, policiais mataram 862 pessoas em todo o estado de São Paulo. “O que nós achamos um negócio absurdo, fora de propósito”, enfatizou o ouvidor sobre os números do ano passado. Para Fernandes, a elevada letalidade policial está ligada à falta de apuração dos casos e punição dos agentes envolvidos. “O que vem ocorrendo é que esses inquéritos e esses boletins de ocorrência são classificados como confronto e no fim vai tudo para o arquivo”, criticou. Como forma de aumentar o rigor das investigações, o ouvidor defende a reativação da comissão da letalidade, grupo com representantes dos órgãos de segurança pública e da sociedade civil que acompanhava inquéritos desse tipo (ABr).