O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que “não tem condição” de o PMDB continuar aliado à presidente Dilma até 2018 e então anunciar candidatura própria à Presidência da República.
Ele evitou comentar declarações do governador Luiz Fernando Pezão de que o PMDB tem responsabilidade de garantir a governabilidade e apoiar a presidente Dilma. “Cada um tem direito de ter a opinião que quer. Pezão passa por dificuldades no Estado, é natural que queira manter o vínculo (com o governo)”, afirmou Cunha, ao chegar ao velório do ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde.
Ele lembrou que o PMDB-RJ ficou dividido em 2014. Pezão apoiou a reeleição da presidente Dilma e o presidente regional do partido, Jorge Picciani, liderou movimento em favor da candidatura Aécio Neves. “Divergências são normais. Vou pregar no congresso do PMDB que o partido saia do governo. Não fiz (o rompimento com o governo) para ter apoio de quem quer que seja”, afirmou Cunha.
Investigado na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras, Cunha minimizou o fato de seu nome ter sido citado em anotações do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba. “Sou conhecido, sou uma pessoa pública, qualquer um pode citar que vai me procurar, falar comigo. É normal. Deve ter 500 mil (citações a seu nome). Vejo com a maior tranquilidade. Algumas pessoas eu recebo, outras não”, afirmou (AE).