A pesquisa “GenZ além dos rótulos”, realizada pelo Instituto da Oportunidade Social (IOS) – que atua na formação e empregabilidade de jovens para o mercado de trabalho por meio de cursos gratuitos e já formou mais de 45 mil profissionais – traz uma constatação que contraria teorias a respeito do que a Geração Z (nascidos entre 1997-2010) espera do mercado de trabalho e suas perspectivas de alcançar cargos de liderança.
O estudo aponta que 64% dos jovens entrevistados (mais da metade) querem sim ter cargo de liderança em seus trabalhos e 14% responderam que talvez trilhem este caminho. Além disso, 84% deles querem e precisam começar a trabalhar ainda este ano e 40% desejam empreender.
De acordo com a análise, os jovens têm ideias sobre como começar uma jornada de liderança e muitas vezes sobre a médio e longo prazo. Os dados mostram que eles entendem que para chegar à liderança ainda precisam de muitos aprendizados e que não serão líderes imediatamente, mas, sim em um médio prazo (5 a 10 anos).
Em relação ao tipo de liderança os pontos mais valorizados pelos jovens nos líderes são autonomia dada a eles (54%), e valorização das ideias, das opiniões e da experiência das pessoas da GenZ.
Sobre a relação de urgência para conseguir um emprego e salário inicial, 68% dos entrevistados precisam de emprego urgente e 69% aceitaria começar a trabalhar por um salário-mínimo. Sobre a forma de contrato de trabalho, 90% dos respondentes entendem que um emprego no formato CLT é muito importante e 67% consideram muito importante que a empresa ofereça plano de carreira, com oportunidades de crescimento.
Também consideram importante que a empresa ofereça a eles equipamentos de trabalho modernos tecnologicamente (84%), salário comparado com o mercado (81%), e benefícios, como vale-refeição, plano de saúde, assistência odontológica (94%).
Os dados da pesquisa foram apurados em abril de 2024, com respostas de 929 jovens de 15 a 29 anos, residentes em diversas estados do país: São Paulo (Barueri, Hortolândia, Diadema, Jandira, Osasco, São Bernardo do Campo, Sumaré Carapicuíba, Caieiras, Ferraz de Vasconcelos e Guarulhos); Rio Grande do Sul (Porto Alegre); Pernambuco (Recife e Olinda); Minas Gerais (Belo Horizonte, Contagem e Ibirité).
Sobre o interesse dos jovens pelo estudo, a pesquisa mostra que 88% dos entrevistados querem continuar os estudos após o ensino médio e 65% entendem o Ensino Superior como um caminho para angariar oportunidades de trabalho. Desses, 55% querem entrar na faculdade em breve, 7% já estão no Ensino Superior, 3% querem pós-graduação, 23% apontam outros caminhos (somando curso técnico, cursos livres e cursos de pós-graduação), apenas 2% não sabem o que farão após o curso que estão concluindo no IOS, e 10% querem um tempo livre para definir qual profissão seguir.
Entre as áreas de atuação que mais interessam aos jovens, as mais citadas foram: Tecnologia (games, suporte, web design), Comunicação Social (Publicidade e Marketing), Administração, Recursos Humanos, Psicologia, Engenharia, Pedagogia, entre outras. A maioria dos entrevistados (96%), também apontou que acha muito importante que a empresa contratante valorize temas como respeito, sustentabilidade, ética e transparência.
Segundo a pesquisa, mais de 50% dos respondentes não se importam muito com oportunidades totalmente home office ou presencial total. As modalidades consideradas como mais importantes são “híbrida” ou “anywhere”. Para 91% deles, o clima de trabalho é apontado como “muito Importante” ou “importante”. Pelo fato de 69% dos participantes da pesquisa ainda não ter concluído o Ensino Médio, o trabalho com a carga horária de meio período é importante para 70% dos respondentes.
“Os jovens da geração Z primam por um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Ao contrário de gerações anteriores, que muitas vezes sacrificavam o tempo livre em prol do trabalho. A pesquisa mostra que essa geração trouxe a coragem de valorizar a flexibilidade e a autonomia em relação ao horário de trabalho, entre outras conquistas. Injustamente estão sendo acusados de não almejarem a liderança.
Esse estudo mostra que eles querem sim chegar aos cargos de liderança, mas querem ser líderes diferentes. Querem estar preparados para ser exemplo para suas equipes. O estudo traz achados sobre como esses jovens percebem suas lideranças e o quanto esperam por oportunidades” destaca a superintendente do IOS, Kelly Lopes. – Fonte e mais informações: (https://ios.org.br/).