A alta do dólar, por enquanto, não preocupa por ser um movimento de curto prazo, avaliou o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Facundo de Almeida Junior, ontem (16), após participar de reunião da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
“O Banco Central tem instrumentos para lidar com isso. É bem diferente de 2002 e de outros anos. Naquela época, tinha o problema da dívida pública. Não é caso agora”. Lembrou que, em 2002, com a alta do dólar, a dívida líquida do setor público disparou porque o país tinha nível baixo de reservas.
Agora, argumentou, o país é credor líquido em moeda estrangeira, ou seja, tem mais ativos do que dívidas no exterior. A dívida pública cai quando há alta do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira. “Quando o dólar sobe, a dívida líquida cai, porque o Brasil hoje é credor líquido em dólar. É bem diferente de 2002, quando disparou o dólar. A divida líquida disparou porque Brasil era devedor líquido em dólar e tinha um nível de reserva baixo”, afirmou.
Segundo Mansueto, o dólar está se valorizando em relação a várias moedas de países emergentes e ao euro. “Essa coisa de volatilidade é muito de curto prazo, muito de atuação de mercado”, disse. Um fato adicional, acrescentou o secretário, é que o déficit em conta-corrente é “muito pequeno”, abaixo de 1% do PIB. “É um resultado muito menor do que entra de dinheiro como investimento externo”, destacou (ABr).