Especialista em Previdência, o economista Paulo Tafner afirmou ontem (12), que “faz todo sentido” apresentar de forma fatiada uma reforma para o sistema brasileiro de aposentadorias e pensões.
Na sua opinião, ao dividir a proposta em vários projetos os grupos de oposição também vão se fragmentar, facilitando a aprovação.
“Se o governo não fatiar a reforma, estará reunindo todas as oposições no mesmo debate, pondo todos os grupos contra”, disse o economista, depois de um participar de um seminário realizado em São Paulo pela FecomercioSP sobre o papel do Estado na economia. Para Tafner, a discussão sobre a reforma apresentada pelo presidente Temer foi prejudicada porque grupos privilegiados recorreram à situação de grupos menos favorecidos para fortalecer uma narrativa contrária à proposta.
“Os servidores públicos, por exemplo, manifestaram severa preocupação com os trabalhadores rurais. Se você fatia e faz uma primeira proposta só para os servidores, eles serão obrigados a admitir que são contra a retirada do próprio privilégio”, argumentou. Além disso, ao fatiar a reforma, cada fatia seria apresentada como um projeto que exige o apoio de pelo menos 258 deputados, número inferior aos 308 votos necessários para uma emenda constitucional, formato no qual foi apresentada a reforma de Temer.
Num eventual fatiamento, Tafner considera que o ideal seria começar pelos servidores públicos. Depois, passaria para o Exército e, em seguida, para os policiais militares e bombeiros. Os trabalhadores do setor privado ficariam por último. Tafner disse também que tem notado que Guedes está ficando “mais cascudo” com a dinâmica política em Brasília e afirmou que ficou contente com a indicação do deputado Rogério Marinho, relator da reforma trabalhista, para o cargo de secretário da Previdência Social e de Leonardo Rolim para o posto de secretário adjunto (AE).