Daniel Toledo (*)
Os países europeus concentram a maior renda média salarial. Claro que pode ter uma diferença mais contundente entre áreas centrais e periferias, tanto de salário quanto de custo de vida, levando em conta saúde, aluguel, alimentação, educação etc. A ideia é trazer quantias com base em uma vida com as contas equilibradas e sem grandes luxos. Os números podem ser assustadores, comparados com os valores brasileiros, seguindo uma expectativa de qualidade de vida.
Aqueles que o governo oferece como subsídio para os cidadãos, a diferença chega a ser gritante. Quando alguém diz que o Brasil é a sétima economia do mundo, não é bem assim. Porque neste aspecto, trata-se daquilo que o país é capaz de produzir, mas é necessário pensar no que traz de benefício para a sua população, o que retornar como qualidade de vida, segurança pública, e incentivos para empresário. E o Brasil está bem longe de chegar nesses níveis. Vejam:
. 5º lugar – Suíça (salário médio US$ 3.540.00): quem já esteve na Suíça sabe sobre o que estou falando. Existem bairros muito bons e outros não tão bons assim, mas a qualidade de vida é muito boa. Uma informação importante sobre esse lugar é que 20% da população que ganha melhor, recebe no máximo um valor 20% maior do que a população que menos ganha.
Então existe um espaço grande entre o nível mais baixo e o nível mais alto, para vocês entenderem que não é apenas no Brasil que existe uma má distribuição de renda. Ainda assim, mesmo com essa distribuição, ainda há qualidade de vida e salário digno, para aqueles que estão em uma posição menos avantajada.
Uma curiosidade é que o Franco Suíço (moeda do país) está valendo mais do que o dólar, aproximadamente $ 0.2. Quando você coloca isso num parâmetro de custo de vida médio percebe que Zurique e Geneva, por exemplo, têm custos mais altos, então eu excluí esses lugares para colocar parâmetros mais realistas. O custo médio familiar nesse país é um dos mais altos do mundo, chegando perto dos $ 3.400.00, então uma família que vive com um salário médio não terá muita sobra de caixa.
. 4º – Noruega (salário médio $ 3.790.00): embora o custo de vida nesse local seja alto, não é tanto quanto na Suíça. É possível viver (sem contar os centros) com valores em torno de $ 2.500 até $ 3.500, o que vai permitir que essa família tenha mais sobra de caixa e conforto. Se a pessoas que recebe esse salário médio optar por viver em um lugar mais modesto, mas com conforto, ainda pode ter uma economia média de $ 1.000 mensais.
. 3º – Áustria (salário médio $ 3.850.00): é um lugar muito bonito e agradável. Um pouco acima do valor oferecido na Noruega, e com um custo de vida bastante alto e próximo ao valor total do salário médio, em um lugar de classe média para baixa. Seria um salário alto, mas com o custo de vida bastante compatível, especialmente se comparado com outros países da região, como Portugal, Espanha ou França. Ainda assim, a qualidade de vida é ainda melhor do que nesses países.
. 2º – Estados Unidos (salário médio $ 4.850.00): devido à dimensão do país, se você comparar costa leste com costa oeste, a diferença é gritante. De Nova Iorque à Mirror Beach, na Carolina do Sul, a diferença no custo de vida pode chegar a 50% e então indo até a Flórida os custos voltam a subir. Na Costa Oeste a situação é a mesma. Publicações informam que o custo médio de uma família de três pessoas nos EUA varia de $ 1.300 a $ 2.300.
Particularmente, acredito que com $ 2.300, se você levar uma vida mais modesta, pagando aluguel, plano de saúde e alimentação é possível viver bem. Com um salário médio de $ 4.850 e vivendo com a renda de $ 2.300 é possível ter uma boa quantidade para poupar e fazer um pé de meia ao longo dos anos.
. 1º – Luxemburgo (salário médio $ 5.480.00): um lugar muito agradável e que vale a visita. Tem um custo de vida médio de $ 3.700. Ou seja, se você ganha aproximadamente $ 5.400 e gasta $ 3.700 tá sobrando uma boa quantia para fazer uma poupança ou melhorar ainda mais o seu padrão de vida. Isso significa que o cidadão que estiver morando em Luxemburgo, tendo uma vida de classe média baixa, é possível que aumente a qualidade de vida dentro mesmo salário médio baixo.
Mesmo com um salário médio baixo é possível ter qualidade de vida, dignidade, criar uma perspectiva de uma economia melhor, ter uma poupança ou aumentar os gastos e ter uma qualidade de vida melhor, com mais educação ou investimentos em viagem, esporte em razão do alto poder aquisitivo.
Fazer uma comparação com o Brasil é justo, mas é necessário que sejam feitas muitas melhorias para que ele alcance esses números tão atraentes. O Brasil é um país continental, tem uma capacidade grande de produção e de riqueza, faltam alguns ajustes nessa estrutura para que as coisas funcionem. Não acontece de um dia para o outro, mas uma vez que as pessoas tenham consciência desses fatores, é mais simples de chegar lá.
(*) – É advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante (www.toledoeassociados.com.br).