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Open Banking: panorama do sistema pelo mundo

em Destaques
quinta-feira, 15 de setembro de 2022

O Open Finance ganhou terreno no Brasil por meio de iniciativas lideradas pelo Banco Central, mas com uma abordagem colaborativa, com importante participação de diversos setores do mercado financeiro.

Basicamente, esse sistema permite que os clientes das instituições participantes (bancos, financeiras, instituições de pagamento entre outras) façam o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo BC, além da movimentação de suas contas bancárias, a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site da instituição, de forma segura, ágil e conveniente.

O sistema define uma série de regras que visam proteger os dados e prover segurança e confiabilidade ao ecossistema formado. Usado como uma das referências para o Brasil, o Reino Unido foi um dos primeiros a adotar o Open Banking no mundo, em maio de 2018. Atualmente conta com mais de 60 bancos, 250 provedores de serviços e mais de 4,5 milhões de clientes, de acordo com a Open Banking Implementation Entity (OBIE).

A regulamentação para a implementação desse sistema foi publicada em 2016 e, em dois anos, o Open Banking UK estava em funcionamento. Hoje, a Competition and Markets Authority (CMA) já discute a evolução para o Open Data.

Segundo relatório do OBIE, publicado em junho de 2022, entre 10% e 11% dos consumidores e pequenas empresas usaram algum tipo de serviço via Open Banking durante março de 2022; no mesmo período de 2021, esse índice era de apenas 6% a 7%.

Já de outubro de 2021 a março de 2022, o volume de pagamentos em serviços relacionados ao Open Banking aumentou significativamente: cerca de 21,1 milhões de transações contra 6,1 milhões no mesmo período do ano passado
Já na Austrália, o Open Banking surgiu em meados de 2019 e terminou sua fase final de implementação em fevereiro de 2022, porém, o governo australiano ainda pretende estender o Open Banking para outros setores, como energia elétrica e internet.

Em Hong Kong, o processo de implementação foi um pouco diferente. A Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) estabeleceu um Open API Framework em julho de 2018, com uma abordagem de quatro fases para os bancos implementarem APIs abertas. Com isso, iniciou com o compartilhamento de informações sobre produtos e serviços e, hoje, permite o compartilhamento de informações transacionais e serviços de iniciação de pagamentos.

Com o processo de desenvolvimento da sua quarta fase no Brasil, podemos destacar que outros pontos são de extrema importância para o entendimento dessa nova tecnologia. Segundo o primeiro o “Relatório Semestral – Estrutura Inicial do Open Finance no Brasil”, feito pela estrutura de governança do Open Finance Brasil, foram mais de 2,7 bilhões de chamadas de APIs desde março de 2022 e mais de 800 instituições ativas no diretório de participantes.

Nas quatro últimas semanas do semestre, foram registradas mais de 800 milhões de chamadas APIs e mais de 6,7 milhões de consentimentos ativos. Para o especialista em Open Banking e head of Business Development da OPUS Software, Marcelo Feltrin, empresa referência no desenvolvimento de softwares personalizados, os dados do primeiro relatório mostram o grande avanço que o Open Banking teve no Brasil.

“Os números indicam uma expressiva adoção por parte dos usuários, com milhões de clientes já compartilhando informações e serviços em poucos meses. Isto tem acontecido numa velocidade bastante maior que em outras geografias”. Uma característica muito relevante do Open Finance no Brasil, comparado com projetos similares ao redor do mundo, é sua amplitude. O sistema já nasceu com a perspectiva da interoperabilidade com sistemas adjacentes, como o Open Insurance, iniciativa análoga que está sendo conduzida na área de Seguros.

Além de Seguros, a abertura de informações vai contemplar também outros produtos, como Câmbio e Investimentos. A expectativa é que esse projeto irá se somar a diversas outras iniciativas já consolidadas no mercado financeiro nacional, como o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) e os pagamentos instantâneos (PIX), que fazem do Brasil um case de sucesso reconhecido internacionalmente. Fonte e mais informações: (https://www.opus-software.com.br/).