Apesar da alta da taxa básica de juros da economia, ainda vale a pena investir na compra imobiliária, é o que afirma Kika Cavalcanti (*), corretora carioca de imóveis de luxo. “A pandemia ajudou muito o nosso mercado. A pessoas ficaram em casa e passaram a prestar mais atenção em sua moradia.
Agora que os juros estão rendendo pouco, é melhor investir em casas e apartamentos, já que os bancos estão dando muitos créditos imobiliários”, pontua a corretora que tem quase uma década de experiência no meio. Mas o que levar em conta na hora da compra para não cair em uma cilada? Kika dá 10 dicas a seguir. Confira:
1 – Veja se a documentação do imóvel está em ordem para a venda – O comprador deve sempre pedir a escritura, o RGI atualizado, a planta, o IPTU, o boleto do condomínio para a primeira fase da compra e o sinal – que em geral é de 10% do valor do imóvel. Devem-se deixar as certidões do imóvel e dos vendedores para a fase da escritura definitiva.
2 – Contrate um advogado imobiliário para fazer a análise da documentação – Um profissional da área jurídica é muito importante e irá prestar toda a assessoria nesse âmbito, para ambas as partes, tanto no contrato de locação, como nos casos de compra e venda.
3- Veja se os prédios ao redor têm chance de serem demolidos e estragarem a sua vista – Imagina comprar gato por lebre? Por exemplo, você compra um imóvel com uma vista lateral para o mar e no mês seguinte sobe um prédio do seu lado e acaba com esse atrativo. Por isso, é importante checar tudo antes de fechar o acordo.
4 – Veja se o condomínio é bem administrado – Um condomínio é como uma empresa, por isso é preciso estar atento a diferentes aspectos, desde a gestão dos funcionários até obrigações legais.
5 – Cheque se tem condôminos inadimplentes – Um alto número de moradores inadimplentes tem o potencial de impactar em todas as áreas do condomínio. Quando o condômino deixa de cumprir com o pagamento de sua conta, o valor aumenta para todos os outros moradores. Isso pode gerar diversas dificuldades para o condomínio, desde a falta de manutenção básica de equipamentos, expondo moradores a riscos desnecessários, até a falta de segurança.
6- Não deixe de perguntar se há cotas extras e dívidas trabalhistas – É importante saber antes de entrar no apartamento quais são as despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio, assim você evita tomar “sustos” depois de se mudar.
7 – Se a planta permite as alterações que você quer – Uma coisa é verdade, há sempre uma viga inesperada que impede o projeto que você idealizou para o seu novo lar. Por isso, é importante ter a planta do apartamento em mãos para saber se todas as mudanças desejadas poderão ser feitas.
8- Se há conflitos em relação à garagem – Sempre bom saber se os espaços das vagas são fixos ou se cada morador pode parar onde quiser. Se há vagas que predem outros carros. Se houver, é preciso saber como eles resolvem a situação. Se existe porteiro manobrista, se você pode empurrar o carro do vizinho ou se os moradores disponibilizam as chaves para que todos possam manobrar. Se você usa muito o carro e tem horários rígidos a cumprir, é sempre bom saber se a sua rotina vai ser de dor de cabeça.
9 – Caso haja um direito de uso da laje, é preciso se informar se há aprovação da prefeitura para a ampliação – Caso você esteja interessado em comprar um apartamento que fica no último andar do prédio e te digam que possui o direito de uso da laje e que pode transformá-la em uma cobertura, é necessário averiguar se esse direito consta no RGI do imóvel e se já há algum projeto aprovado pela prefeitura. Você pode esbarrar em questões de gabarito, IPHAN e da não autorização do projeto pela prefeitura. É prudente fazer um estudo da viabilidade do projeto através de um arquiteto que seja expert no assunto para não comprar gato por lebre.
10 – Verifique se as áreas externas estão legalizadas e se constam no IPTU – Saber se a metragem do imóvel consta no IPTU, principalmente, quando se trata de coberturas, pois muitas delas não têm o segundo ou o terceiro andar legalizados, que foram construídos sem autorização da prefeitura. Com isso, você pode acabar sendo surpreendido com uma multa gigante de legalização, a “mais valia”, ou mesmo ser obrigado a demolir a construção irregular.
(*) – Formada em direito e marketing pela PUC Rio, entrou para o mercado imobiliário em 2012, aos 32 anos. É founder da imobiliária boutique no Edifício Quartier, em Ipanem, na Av Visconde de Pirajá, 414.