Wagner Martin (*)
Não é de hoje que os bancos digitais estão tomando espaço dos tradicionais e não precisamente porque nasceram digitais, mas porque encontraram uma maneira diferente de falar e fazer finanças. Por exemplo, hoje em dia, basta ter um smartphone para, em poucos minutos, solicitar a abertura de uma conta digital. Em alguns casos, com direito a cartão de débito, crédito e outros serviços.
Sendo assim, para ter uma conta em um banco digital o primordial é ter um smartphone, pois é o canal de entrada, transação e operação e atendimento ao cliente, sem necessidade de uma agência física. Foi assim que os bancos digitais simplificaram a interação entre banco e usuário e transformaram a em um relacionamento aplicativo e cliente. Similar ao que são os serviços de delivery, transporte, streaming de vídeos e muitos outros avanços digitais.
As primeiras fintechs nasceram no país em 2013, já trazendo modelos inovadores, de baixo custo e com distribuição digital, totalmente focadas em reformular a experiência do cliente, segundo a ABFintechs. Agora, o distanciamento social criou um ambiente propício para que surgissem mais bancos digitais. Segundo dados do Banco Central, ao menos 40 iniciaram suas atividades em 2020.
O número de empresas do setor financeiro já havia crescido em 2019, com 13 novas instituições, muito por conta da regulação das fintechs de crédito. Atualmente, com os auxílios do governo, o desenvolvimento do Pix (meio de pagamento eletrônico instantâneo) e do Open Banking (sistema bancário aberto ou compartilhamento de dados bancários pessoais) também contribuíram para o crescimento do setor.
Porém, ainda há uma certa desconfiança por parte dos brasileiros. Uma pesquisa da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), divulgada em março de 2021, aponta que 70% dos brasileiros não confiam em bancos, tampouco em fintechs. O levantamento foi realizado com 3 mil pessoas de todo o Brasil, com pessoas bancarizadas e não-bancarizadas.
Entre os possíveis motivos estão o vazamento de dados e segurança do dinheiro. Seis em cada dez entrevistados da pesquisa (62%) se sentem pouco ou nada seguros em relação à proteção dos seus dados pessoais na internet. Por conta desses e de outros motivos, há uma série de pequenos fatores que devem ser considerados na hora da escolha de um banco digital e que se destacam pela sua segurança sem ficções e por oferecer ao usuário uma experiência inovadora, são elas:
. Onboarding Digital – A agilidade é marca das fintechs, isso por conta do onboarding digital. No caso específico dos bancos, as ferramentas robustas não apenas oferecem velocidade, mas também garantias de segurança para o usuário e para a instituição financeira. Nunca antes, abrir uma conta bancária foi tão prático e simples. É aqui que a verificação biométrica surge como uma tecnologia capaz de validar a documentação, ratificando-a com uma entidade governamental para, finalmente, processá-la como uma identidade digital.
Tudo isso em apenas alguns minutos. A segurança do processo é respaldada por regras que residem no setor bancário e que garantem não apenas a validação de dados, mas também a proteção de dados para evitar lavagem de dinheiro, fraude e/ou atividades criminosas.
. Autenticação por biometria facial – A cibersegurança moderna tornou a biometria facial uma ferramenta tecnológica infalível quando se trata de segurança das operações, especialmente, no campo do banco digital. Os smartphones já possuem tais funções para desbloqueio dos aparelhos e esses recursos também estão sendo incorporados aos serviços bancários.
Ficaram para trás as tokens físicos, senhas e outros recursos que as instituições bancárias adotaram durante anos como medidas de segurança, que não só geraram dores de cabeça, mas também desconfiança e perda de clientes, pois são altamente vulneráveis.
A biometria facial permite autenticar a identidade do consumidor, que, por meio de um simples scan facial, pode fazer login no aplicativo, autorizar uma operação ou até mesmo realizar um pagamento.
. Geolocalização – A função de geolocalização está surgindo como uma ferramenta valiosa para coletar informações mais específicas e culturalmente contextualizadas sobre os usuários facilitando, assim, a geração de proximidade com eles por meio da compreensão de suas circunstâncias, as características de seu ambiente e seus comportamentos e hábitos.
Nesse sentido, a localização oferece dois benefícios importantes: permite que você continue gerando confiança e facilita a hiper personalização da experiência financeira.
Além de oferecer segurança ao, por exemplo, ser capaz de identificar padrões de consumo do usuário que, quando consideravelmente alterados podem disparar alarmes dentro do banco, os dados coletados por geolocalização podem ser usados para fornecer promoções e serviços ao consumidor no momento e no lugar certo.
. Personalização – É uma prática que os bancos digitais incluíram desde o início. O potencial dessa técnica reside na transformação de todas as interações do cliente em novas funcionalidades que são úteis para cada usuário em particular, graças ao uso de dados e análises que permitem antecipar necessidades individuais, segmentar e construir relacionamentos mais profundos.
Nessa mesma linha, os bancos digitais também simplificaram a compreensão das finanças, adicionando dashboards de fácil compreensão, e não apenas um contador de equilíbrio e movimentos estáticos que não preveem ou fornecem informações valiosas ao cliente.
(*) – É Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Veritran Brasil, empresa global que acelera e simplifica o desenvolvimento de soluções digitais por meio sua Enterprise Low-Code Platform.