Mais de 90% dos CEOs globalmente relatam escassez de talentos e falta de habilidades relevantes para o futuro do trabalho como um dos maiores desafios que já afetam seus negócios, segundo um estudo da Accenture.
O futuro do trabalho chegou, e, com ele, a necessidade de buscar novas competências para se manter atualizado dentro da sua indústria ou surfar na alta demanda por profissionais ainda pouco presentes no mercado – como especialistas em dados, realidade virtual e inteligência artificial.
De acordo com Rica Mello, especialista em gestão de empresas e fundador do grupo BCBF, o que é chamado de futuro do trabalho já está aqui. “Estamos vivendo uma era em que a flexibilidade, as inovações e a tecnologia transformaram radicalmente como e onde trabalhamos. Chegamos à quarta Revolução Industrial. Embora a conectividade sem limitantes e o trabalho remoto tenham se tornado comuns, o desafio é equilibrar produtividade com bem-estar e interação humana”, explica.
A inteligência artificial (IA) é hoje a habilidade mais buscada, considerada pelo dicionário Collins a palavra mais importante do ano passado e deve continuar relevante em 2024. A IA está automatizando tarefas rotineiras e impactando a criação de novos empregos com alguns dos maiores salários. Habilidades digitais, as chamadas “tech skills”, são altamente valorizadas no mercado.
No entanto, para se destacar, especialmente como líder, é ideal equilibrá-las com soft skills – competências socioemocionais como comunicação eficaz, empatia e inteligência emocional. “Em tempos de inteligência artificial generativa, ser humano na rotina e nas relações é o grande diferencial”, completa o especialista.
Além disso, outras habilidades exigidas dos profissionais, como as green skills – relacionadas à sustentabilidade – estão em alta. Um relatório do LinkedIn indica um aumento nas contratações relacionadas ao tema, ultrapassando significativamente as médias de recrutamento nos principais mercados. No entanto, existe uma notável escassez de profissionais com essas habilidades verdes.
O número de vagas relacionadas à IA tem crescido exponencialmente. De acordo com dados do LinkedIn, o número de vagas mencionando GPT ou ChatGPT aumentou 21 vezes desde novembro de 2022. “Machine learning” e “Internet das coisas” também estão entre as habilidades mais buscadas. Em cinco anos, 44% das habilidades dos profissionais serão alteradas, segundo o estudo Futuro do Trabalho 2023 do Fórum Econômico Mundial.
“As novidades tecnológicas e a 4ª revolução industrial estão criando e eliminando milhões de empregos. Espera-se que 23% das ocupações se modifiquem até 2027. A adoção das novas tecnologias, o aumento do custo de vida, a desaceleração do crescimento econômico e tensões geopolíticas estão acarretando tanto a criação quanto a perda de espaços de trabalho”, conta.
Para realizar previsões mais assertivas, é fundamental não focar apenas em uma única tendência, como a Inteligência Artificial, mas considerar diversos fatores que possam influenciar o futuro. Adotar uma abordagem que abranja tanto questões micro quanto macro permite criar previsões mais precisas e detalhadas.
“É essencial estar preparado para eventos imprevisíveis e adaptar-se conforme necessário, já que o inesperado faz parte do processo. Consultar especialistas de diferentes áreas também é muito importante para obter uma visão mais completa e bem fundamentada”, conclui. – Fonte e mais informações: (https://ricamello.com.br/).