Numa espécie de ataque ao ministro do STF, Luis Roberto Barroso, e da procuradora-geral da república, Raquel Dodge, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou, sem citar nominalmente nenhum dos dois, que “atitudes diversionistas” e
“novas flechas” não vão atrapalhar o presidente Temer no seu objetivo que é “dar segurança à vida dos brasileiros”.
“Se hoje o Brasil não vive uma situação muito melhor que esta que vivemos, foi em função de flechas que nos levaram a não realizarmos a necessária modernização da nossa Previdência”, afirmou, em referência ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que apresentou duas denúncias contras Temer e afirmou na ocasião que enquanto “houver bambu, lá vai flecha”.
“Não vamos permitir agora que outras flechas venham a obstaculizar neste outro momento aquilo que é prioridade para o governo”, completou Marun. Ao ser questionado se as atitudes diversionistas estavam vindo por parte de Barroso e de Raquel, Marun preferiu não nomear e apenas afirmou aos jornalistas: “Vocês tem condições de concluir”. Marun reafirmou que o governo não vai recorrer da decisão de Barroso de quebrar o sigilo bancário do presidente, mesmo sendo uma decisão “absurda, indevida e inconstitucional” para “não dar munição a hipocrisia dos nossos adversários”.
Mais cedo, Temer enviou a Raquel uma carta com um parecer do professor Ives Gandra da Silva Martins com a sua opinião sobre o artigo 86, da Constituição que diz: “O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”. “Remeto-lhe copia por mero interesse acadêmico, tendo em vista o vício intelectual que me acompanha há muito tempo com vistas a discutir os grandes temas do Direito Constitucional”, escreveu Temer.