As restrições sanitárias impostas pela Europa para a importação de frango são reflexo de uma disputa de mercado, disse ontem (19), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
“A alegação é de saúde, mas eu rechaço isso com toda veemência”, afirmou. “A discussão que estamos tendo com a Europa é essa: eles estão usando de números, travestidos de questão de saúde pública, para tirar o Brasil do processo de vender carne”.
O ministro acrescentou que, para vender carne de frango in natura para o mercado europeu, é exigido o controle de mais de 2.600 tipos de salmonela. Porém, se o produtor brasileiro pagar um pedágio de 1.024 euros por tonelada, essa exigência deixa de existir. “Então não estamos falando de saúde pública”, afirmou. “Se é questão de saúde, não tem preço que libere isso, porque em primeiro lugar estão as pessoas”.
Segundo o ministro, é impossível calcular o prejuízo provocado pela suspensão, pela UE, da importação de frango produzido em 20 frigoríficos brasileiros. Maggi afirmou que a possibilidade de exportar toda essa quantidade para outros mercados não está consolidada. Por isso, o produto que os europeus deixaram de importar foi direcionado para o mercado interno, causando uma “inundação” da proteína no País. Com isso, o preço do frango caiu. Na esteira, também houve redução no preço das carnes bovina e suína (AE).