Paulo Castello (*)
O último estudo divulgado pela Gartner chama atenção dos diretores financeiros do mundo inteiro para o termo “Finanças Autônomas”.
De acordo com uma das principais empresas mundiais especializada em pesquisa e consultoria em tecnologia da informação, uma função financeira autônoma é aquela em que processos e atividades são parcialmentes governados e operados majoritariamente por agentes de software de autoaprendizagem que otimizam operações de front-office, middle-office e back-office.
Não há mais dúvidas, 64% dos CFOs entrevistados pela Gartner acreditam que as finanças autônomas se tornarão uma realidade nos próximos seis anos. Porém, apesar disso, as pesquisas mostram que a mentalidade ainda é a barreira mais difícil de ser superada para alcançar esses patamares — seguidas por talento (ou experiência), dados, estratégia e, finalmente, custo (ou orçamento).
Eles produzem insights em tempo real, sem esforço, dando margens de atuação e aumentando a capacidade da estratégia financeira. Sem contar com reforço ou trabalho extra para os seres humanos.
As tecnologias para finanças autônomas cabem em todas as partes do setor, mas tudo começa desde o back-office, à retaguarda administrativa/financeira, responsável por oferecer o suporte necessário e procedimentos essenciais para os processos internos, que refletem diretamente no lucro dos negócios e na satisfação do cliente.
Por isso, o potencial citado como parte das Finanças Autônoma, e que já estão revolucionando o mercado começa ali, com os algoritmos de mineração habilitados para inteligência artificial, que são capazes de mapear processos de ponta a ponta, garantindo eficiência e gerando ideias automáticas de oportunidades de melhorias.
Outros destaques são os assistentes virtuais e machine learning, que juntas, prometem mudar o futuro dos negócios e das finanças, abrangendo capacidades autônomas, garantindo agilidade e mudando patamares de níveis de produtividade e eficiência nunca vistos antes.
Mindset é uma barreira crítica a ser superada em qualquer transformação. A mentalidade de um CFO afeta desde quais tecnologias são escolhidas até como elas são implantadas, para que são usadas e se as pessoas os adotam. Para mudança de visão acontecer, três barreiras principais devem ser quebradas:
1) – Acreditar que a mudança é lenta e deve começar pequena. Por isso, busque sempre explorar o maior potencial que você enxerga, use a tecnologia de forma ampla para extrair valor da automação financeira.
2) – Entender a tecnologia apenas como ferramenta – a tecnologia não é uma escolha, é um modelo de trabalho obrigatório para quem quer obter sucesso e deve estar presente em cada etapa. Confie nela assim como confia nas pessoas.
3) – Achar que suas equipes só irão adotar as mudanças se virem seus benefícios – as equipes são inspiradas a partir da mudança de mindset da liderança, daquilo que se emprega no dia a dia, você escolhe o rumo das coisas a partir de como age e inspira o seu time.
Por fim, até 2025, segundo dados da consultoria Mckinsey, os dados serão incorporados em cada decisão, interação e processo. As organizações hoje, raramente, aplicam abordagens orientadas por dados de sistemas preditivos com automação orientada por IA em toda a organização, deixando valor na mesa e criando ineficiências.
Muitos problemas de negócios ainda são resolvidos por meio de abordagens tradicionais e levam meses ou anos para serem resolvidos. Daqui há três anos, a previsão é que, funcionários, terão acesso aos dados de forma natural e regular para apoiar seu trabalho.
Em vez de optar por resolver problemas desenvolvendo longos planejamentos anuais, usarão o poder dos dados para resolver desafios em horas ou poucos dias.Os funcionários serão livres para se concentrar em domínios mais “humanos”, como inovação, colaboração e comunicação.
As organizações já são capazes de tomar melhores decisões, bem como automatizar as atividades básicas do dia-a-dia e as decisões que ocorrem regularmente. A cultura deve ser orientada por dados para melhoria contínua do desempenho, criar experiências verdadeiramente diferenciadas para clientes e funcionários, além de permitir o crescimento de novos aplicativos sofisticados que não estão amplamente disponíveis hoje.
A era da hiperautomatização chegou para facilitar o dia a dia e a jornada nas empresas. Ao que parece, algumas empresas já entenderam que a tecnologia não está dissociada ao mundo dos negócios, das relações comerciais, na gestão de gente e por aí adiante, e a importância de ser uma aliada para o crescimento e para o futuro dos negócios.
Avante!
(*) – CEO e fundador da Fhinck, assistente virtual que identifica oportunidades de melhoria na jornada de trabalho (https://fhinck.com/).