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Mercado financeiro do futuro: as possibilidades do Bank as a Service

em Destaques
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Enquanto os bancos tradicionais possuem décadas de estrada, o Bank as a Service (BaaS) tem cinco anos de tempo de mercado. Mas ainda que recente no mundo financeiro, ele tem chamado a atenção.

Segundo a agência de pesquisa Future Market Insights, a expectativa é de que em 2031 o alcance do BaaS seja de 12,2 bilhões de dólares – o que significa um crescimento de 15,7% ao ano. O Brasil é um grande consumidor do serviço. De acordo com pesquisa do IMR Instrospective Market Research, o país representa 73% do mercado de BaaS na América do Sul.

“Tais dados revelam que é preferível investir no Brasil do que em outros países latino americanos – eu costumo brincar que o Chile é do tamanho do Itaim Bibi. Por aqui, temos mais espaço”, diz Carlos Benitez, CEO da BMP, hub de serviços financeiros com sede em São Paulo.

De acordo com o executivo, o serviço traz funcionalidades melhores pois não é engessado como as instituições bancárias tradicionais — o potencial do BaaS está no fato de que qualquer empresa pode oferecer produtos financeiros adaptados às necessidades de seus clientes. “Postos de gasolina, supermercados, farmácias e outros pontos de venda podem ser usados como uma infraestrutura de serviços bancários”, exemplifica.

De acordo com Benitez, não importa o segmento de atuação e sim de que forma a cadeia de negócios está conectada. “Ao combinar o mercado financeiro e a tecnologia, desenvolvemos uma plataforma end-to-end construída de maneira modular, apoiada em machine learning e inteligência artificial. São soluções completas e API´s para consumo e oferta de produtos e serviços bancários que trabalham juntos em uma plataforma moderna e ágil”, diz.

Benitez salienta que se os bancos tradicionais atuam com soluções integradas, o BaaS atua com novas tecnologias e soluções independentes, e portanto, é capaz de competir de igual para igual. “Temos um escritório de 800 metros quadrados na Avenida Paulista e entregamos em crédito para as ‘pejotinhas’ (pequenas empresas) um valor que se equipara ao varejo do Itaú”, revela.

Em 2020, a BMP aderiu ao Peac Maquininhas, o programa do governo federal para ajudar microempreendedores durante a pandemia. Como os repassadores tinham poucas semanas para fazer o dinheiro do BNDES fluir, agilidade era fundamental.

A atuação de forma tempestiva da BMP rendeu R$ 540 milhões em repasses, representando a segunda maior operação no país, sendo superado apenas pelo Banco do Brasil – o que chamou a atenção da comunidade financeira e foi quando Carlos percebeu que uma fintech como a BMP pode brigar de igual para igual com qualquer banco.

Outro case notável da BMP é o Mercado Pago, um negócio do Mercado Livre para compra e venda de produtos novos e usados entre pessoas e empresas. O objetivo era oferecer serviços financeiros através de capital de giro para vendedores e compradores da plataforma. A partir da conectividade entre as empresas, compliance e KYC, isso se tornou possível e hoje é um dos serviços mais procurados pelos consumidores.

“Nós desenvolvemos toda a estrutura e hoje o Mercado Pago é líder no setor e não precisam mais da gente. Agora eles andam com as próprias pernas e isso mostra o poder do BaaS no quesito competitividade e performance”, fala Benitez.

Recentemente, a parceria com o Magalu também deu o que falar. O objetivo era oferecer crédito pessoal e Buy Now Pay Later (BNPL) aos clientes do Magalu/Luizacred, e o desafio, a integração de serviços como oferta de crédito, validação de base de dados e gestão de cobrança.

A BMP foi responsável por dar forma e vida à operação, desenvolvendo um novo conceito de micro serviços e micro frontends, disponível na Plataforma BMP Múltiplo para acelerar a integração com clientes/parceiros sem uso de APIs ou qualquer troca de arquivos, usando pouca programação (low code) e permitindo ao cliente iniciar os seus negócios e suas operações em curtíssimo prazo.

Hoje, com sua expertise, a BMP impulsiona mais de 80 fintechs, 150 FIDCs, as maiores plataformas de varejo on-line e inclusive bancos tradicionais. Em 2022, a Companhia realizou R$8,5 milhões em operações e movimentou R$ 180 bilhões, registrando um crescimento de 500% nas movimentações bancárias.