A retomada gradual das atividades do setor turístico nacional aponta um cenário positivo em volume de receita. A pesquisa mensal de serviços do IBGE revelou um crescimento acumulado de 49,1% de agosto de 2021 ao mesmo período do ano passado. Do mesmo modo, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) para a alta temporada (2021/2022) é de que os faturamento em serviços alcance R$ 171,9 bilhões.
A análise aponta ainda que o aquecimento do mercado será fundamental para os micro e pequenos estabelecimentos. Na avaliação de Juliana Parmiggiani, docente dos cursos de Turismo e Hospitalidade do Senac EAD, a palavra-chave para o atual momento, entre os estabelecimentos de pequeno e médio porte, é o associativismo.
Como a maioria das pessoas está vivenciando as mesmas dificuldades, o trabalho conjunto pode impulsionar o movimento de turistas na cidade ou na região. “Seja por intermédio de associações comerciais e de outras entidades, juntar-se a parcerias público-privadas para capacitar o pessoal em conjunto ou comprar materiais para reforma, por exemplo, em grande quantidade com outras empresas pode ser uma boa pedida para baixar os custos”, explica.
Em primeiro lugar, é preciso reforçar que as empresas de hospedagem devem ter consciência que as ações de biossegurança são fundamentais para atender a clientes e funcionários ou prestadores de serviço. A disponibilização do álcool gel para higienização continuará a ser exigida, além dos equipamentos de proteção individual (EPIs) como luvas e máscaras para os trabalhadores que atuam na limpeza. “Dessa forma, os colaboradores estarão seguros e os clientes sentirão confiança nas ações preventivas do estabelecimento”, argumenta Juliana.
Outro cuidado que deve ser priorizado pelos empresários são as informações atualizadas sobre a Covid-19. O mapeamento de risco da região pode sofrer alterações e, por isso, é necessário averiguar os dados com frequência. “A matriz de risco dos estados e municípios, adotada no monitoramento da pandemia, utiliza as seguintes cores: vermelho (gravíssimo), laranja (risco grave), amarelo (risco alto) e azul (potencial moderado). Por isso, mudanças nesse status podem significar alterações no planejamento das atividades”, pontua a docente do Senac EAD.
Uma pesquisa recente, divulgada pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), destacou os fatores que definem a escolha dos turistas por um determinado destino. Os locais mais procurados foram resorts, praias e ambiente rurais para clientes que desejam viajar com a família. Nesse sentido, Juliana reforça que a opção por viagens locais de curta duração já é uma realidade do mercado. Portanto, os empresários precisam agir para conquistar novos clientes.
“Além de voltar suas ações de promoção para o entorno, os negócios devem agregar valor ao empreendimento, seguindo os setores mais procurados no momento que, segundo a Organização Mundial do Turismo, são: ecoturismo, bem-estar e atividades de lazer ligadas à natureza”. Do mesmo modo, é fundamental realizar um planejamento detalhado para compras de abastecimento interno. Nesse sentido, a especialista destaca que os últimos feriados prolongados foram um termômetro para avaliar a utilização dos estoques.
“Para criar um cronograma de compras assertivo, planeje bem suas reservas, analise como foram os últimos meses, em quais períodos houve mais procura, como está o seu planejamento estratégico e converse com seus concorrentes. Esse é um momento novo para todos, portanto, informação, dados e parcerias farão a diferença para estar bem-organizado”, recomenda Juliana.
Por último, a docente do Senac EAD compartilha algumas dicas para os negócios de hospitalidade se prepararem para receberem os turistas. Confira:
1 – Procure selos, como o Turismo Responsável, do Ministério do Turismo, ou outros que demonstrem para o cliente que você realmente está preocupado e comprometido com sua segurança. E o mais importante, coloque-os em prática;
2 – Pesquise associações na sua região ou tome a iniciativa de se juntar a outros empresários do ramo para criar uma. Além de várias cabeças pensarem melhor que uma, várias empresas têm mais poder de compra e promoção que uma. Pense nisso!
3 – Mantenha-se bem-informado quanto às tendências e ao que vem pela frente, pois iniciativas inovadoras mudam cada vez mais rápido e em um ambiente pós- pandêmico, estamos em território desconhecido. Desse modo, esteja sempre antenado no que está por vir. E lembre-se de buscar informações em veículos de comunicação seguros, como sites especializados, por exemplo.
4 – Mantenha a sua equipe preparada, pois as pessoas passaram muito tempo em suas casas, seja em lockdown, seja trabalhando em home office . Nesse sentido, a hospitalidade tem um papel importante na atualidade, não só ligada ao lazer, mas ao bem-estar das pessoas, por isso nunca foi tão importante atender bem e ser hospitaleiro!
5 – Pode parecer uma dica clichê, mas trabalhe a empatia. Todos passaram por momentos difíceis, sejam outros empresários, os funcionários, os clientes e você. Este é um momento novo para todos e ser especialmente paciente, cordial e ético nunca foi tão importante, principalmente para quem trabalha com hospitalidade. – Fonte e outras informações: (https://www.ead.senac.br/).
