O Gartner, consultoria de mercado em tecnologia, anunciou no mês passado as 12 tendências estratégicas em tecnologia que devem ser exploradas por líderes do setor em 2022.
São elas: Inteligência Artificial Generativa, Data Fabric (Malha de dados), Empresa Distribuída, Plataformas Nativas da Nuvem, Sistemas Autônomos, Inteligência de Decisão, Aplicações compositivas, Hiperautomação, Cálculo de melhoria de privacidade, Malha de segurança cibernética, Engenharia de Inteligência Artificial e Experiência Total (TX).
Diante deste cenário de tendências pelo Gartner, há também outros canais que foram impulsionados pela chegada da pandemia no Brasil e no mundo, e que muito provavelmente seguirão fortes em 2022. Os marketplaces, por exemplo, espaços virtuais onde se faz comércio eletrônico no sentido mais amplo, cresceram 52% em 2020, o que resultou em R$ 73,2 bilhões para a categoria, de acordo com dados do Ebit/Nielsen, durante o Marketplace Conference 2021.
Ainda de acordo com este levantamento, o e-commerce, outra tendência que seguirá em alta no ano que vem, alcançou a marca histórica de R$ 87 bilhões no Brasil em vendas em 2020, o que representa um crescimento de 41% em relação a 2019.
Para João Alfredo Pimentel, empreendedor digital serial na área da Tecnologia da Informação e também investidor fundador do Scalexopen, fundo de investimento venture capital para startups em estágio seed e pré-seed, muito deste cenário disruptivo que temos nos dias atuais nos marketplaces e e-commerces se deve à aceleração que tivemos por conta da pandemia.
“Todas as áreas da economia têm espaço para as startups. Em ambos os casos, especificamente, tivemos um processo de transformação digital muito acelerado. As cadeias de distribuição, por exemplo, foram fortemente impactadas e alteradas no mundo inteiro por conta do coronavírus”, explica Pimentel.
A partir do momento em que as empresas se viram com os comércios fechados, além de restrições para os distribuidores e a indústria, tudo o que estava sendo sendo colocado em pauta no quesito digital foi acelerado. “Não tem muita coisa nova, mas tudo foi intensificado. Ou seja, as companhias que não tinham vendas digitais, que não trabalhavam com o delivery e não proporcionavam essa comodidade aos consumidores, ficariam para trás”, diz.
Aos poucos, com a reabertura da economia, alguns processos voltarão ao normal. Porém, eles retornarão à normalidade pautados pelo omnichannel — ao qual as organizações usam para melhorar a experiência do usuário e conduzir melhores relacionamentos com seu público –, uma vez que a população estará mais acostumada com o conforto e flexibilidade de compras pela internet em 2022.
Além do marketplace e e-commerce, o mercado de startups no Brasil e no mundo vem batendo recordes de crescimento. Isso porque, de 2016 a 2021, o Brasil foi de 5 mil para 13 mil startups espalhadas por 692 cidades, de acordo com um relatório de impacto do Google for Startups. No entanto, 2021 já registra recorde histórico no volume de investimentos diretos por grandes empresas em startups, companhias de base tecnológica e com alto potencial de crescimento.
De acordo com levantamento da 100 Open Startups, plataforma líder em open innovation, dados do ranking mostram que cerca de 80% dos acordos de open innovation registrados no último ano implicam em transferência de recursos da empresa maior à startup, e o valor médio desses contratos cresceu de R$ 140 mil, em 2020, para R$ 270 mil, em 2021 — o valor total de contratos de inovação aberta entre corporações e startups em estágio inicial no período foi de R$ 2,2 bilhões.
“A pandemia, por exemplo, trouxe uma grande crise econômica, com alta inflação e colapso sanitário, mas também abriu oportunidades para aceleração dos negócios. O número de startups que estão sendo criadas é enorme, o que gera uma competitividade muito bacana para todos os setores”, finaliza. – Fonte e outras informações: (http://scalexopen.com.br/).