142 views 6 mins

Mapeando o novo perfil do profissional de Comércio Exterior

em Destaques
sexta-feira, 01 de outubro de 2021

Alessandra Bacci (*)

Em meio a tantas novidades e iniciativas de modernização do Comércio Exterior brasileiro, torna-se praticamente impossível não falarmos sobre a importância das pessoas nestes processos. Afinal, o profissional atuante em Comex é um dos grandes encarregados de movimentar a área para perspectivas cada vez melhores, contribuindo para o desenvolvimento e a própria competitividade dos negócios.

Tendo em vista este contexto, quais pontos devem ser considerados ao mapear o perfil do profissional de Comércio Exterior? Para responder essa pergunta, devemos nos aprofundar em tópicos que certamente influenciarão a atuação de colaboradores, bem como o surgimento de interessados em ingressar em um dos quadros empresariais mais importantes do Brasil.

. O mercado de trabalho atual – Com o tempo e os processos de globalização, a profissionalização do setor de Comércio Exterior proporcionou ganhos de grande relevância: aumentou o nível de competitividade entre as equipes de trabalho, enriqueceu a qualidade dos serviços prestados e, de modo geral, concedeu um novo patamar estratégico para a realidade das companhias.

Em resposta à essa reformulação, os interessados em adentrar o setor precisam encontrar diferenciais que os favoreçam, como especializações, fluências, cursos específicos e um bom conhecimento teórico. Dessa forma, olhando para o futuro, dentro de um contexto bastante amplo e eclético, quanto maior a capacidade prévia, melhores serão as chances de se conseguir determinado emprego.

Para se ter uma ideia, segundo a PUC-Goiás, a variedade do mercado de trabalho é grande: analista, consultor, despachante aduaneiro e agentes de cargas internacionais são algumas áreas de atuação citadas pela universidade.

Mas, sem dúvidas, essa não é a única questão que precisa ser colocada em pauta. Para estudantes que têm como meta trabalhar com Comércio Exterior, o estágio é uma grande oportunidade de se conhecer os diversos segmentos existentes, para que se identifique, na prática, a área condizente com as aspirações particulares.

. Modelos híbridos e a adaptabilidade – O ano passado, considerando a eclosão da pandemia, trouxe mudanças significativas para as companhias como um todo. No caso das exportadoras e importadoras, a condição não foi diferente. Novas modalidades de trabalho e formatos processuais modificaram a forma como grande parte das empresas conduziram suas atividades.

Vale destacar que algumas dessas tendências já vinham sendo amadurecidas ao longo dos meses por lideranças corporativas. Nesse sentido, o home office chegou para ficar, isso é fato. Desse conceito, sistemas híbridos também surgiram como alternativas que mesclam o trabalho remoto, inteiramente em casa, com a ida aos escritórios. Para os profissionais, fica evidente a necessidade de se adaptar ao teletrabalho, mantendo um nível satisfatório de engajamento e eficiência.

Claro, trata-se de uma via de mão dupla, sendo preponderante a estruturação de um espaço digital seguro e intuitivo – ponto que deve ser estruturado por gestores preocupados com o sucesso e a integridade de seus respectivos negócios. Não seria nenhum exagero afirmar que mudanças continuarão a surgir, sob espectros variados. No que diz respeito à preparação do profissional, torna-se praticamente obrigatório um alto nível de adaptabilidade, para que essas transições beneficiem, acima de qualquer coisa, o ser humano, sem sobrecargas ao bem-estar e saúde mental.

. O uso estratégico da tecnologia – O trabalho realizado de forma 100% manual, com recursos engessados, que não oferecem nenhum tipo de mobilidade para os profissionais, simplesmente não é mais compatível com a competitividade exigida pelo mercado atual. Fora isso, os riscos voltados para a segurança dos dados é outro motivo bastante relevante para que soluções inovadoras sejam adotadas, assumindo a automatização do gerenciamento em sua totalidade.

Entretanto, é importante ressaltar que isso não quer dizer que a participação humana perderá seu valor. É preciso enxergar a tecnologia com seu devido propósito, que é potencializar e otimizar procedimentos repetitivos que, se deixados a cargo das pessoas, poderão se mostrar exaustivos, com baixo teor estratégico. A digitalização possibilita um redirecionamento das equipes, a fim de que elas cuidem de tarefas fundamentalmente estratégicas e subjetivas, fomentando uma cultura de valorização coletiva.

Daqui em diante, será ainda mais comum um ambiente de trabalho em que o profissional do Comércio Exterior terá o suporte da tecnologia, tendo mais tempo hábil e tranquilidade para centralizar seus esforços no que realmente importa, fazendo jus à capacitação adquirida.

Para finalizar, aos que desejam ingressar no Comércio Exterior, a expectativa é bastante positiva. E aos que buscam se recolocar ou conquistar novos ares, o espaço está amplamente aberto para profissionais capacitados e alinhados com o que entendemos de transformação digital nos dias de hoje!

(*) – É Head de Pessoas na eCOMEX NSI.