
Em meio a avanços regulatórios e crescimento exponencial, especialista aponta para um mercado seguro e promissor, capaz de transformar o setor farmacêutico
O mercado de Cannabis medicinal tem experimentado um crescimento exponencial no Brasil e no mundo, atraindo cada vez mais a atenção do mercado. De acordo com um relatório da Kaya Mind, em 2024, mais de 672 mil pacientes brasileiros utilizaram medicamentos à base de Cannabis, impulsionando a expansão do segmento farmacêutico. A estimativa, segundo o relatório, é de que o setor alcance R$860 milhões até 2027, o que evidencia o grande potencial de rentabilidade para novos investidores que participarem deste crescimento. Com o protagonismo da farmacêutica brasileira especializada Ease Labs e a entrada das maiores indústrias do país, como Aché, Hypera e Biolab, especialistas apontam um cenário de amadurecimento e oportunidades.
Alguns motivos sustentam essa projeção positiva, dentre eles o fato dos produtos de Cannabis serem atualmente o grupo de produtos que mais cresce dentre os mercados de psicotrópicos, com um aumento de 65,6%, bem superior às categorias de antidepressivos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e outros. Além disso, foi identificado um crescimento de 2x na prescrição média per capita de médicos, e 69% de novos médicos no último período realizando a prescrição, chegando a 50 mil médicos prescritores, movimentando nos últimos 12 meses R$399 milhões até janeiro de 2025, segundo dados da Close-Up International Brasil. Dos 675 mil médicos atualmente registrados no Brasil, aproximadamente metade se encaixam em especialidades foco dos produtos de Cannabis, como psiquiatras, neurologistas, clínicos gerais e outros, o que demonstra grande espaço para crescimento deste mercado, considerando apenas as aplicações referentes aos produtos disponíveis atualmente nas farmácias.
Importante destacar que a regulamentação em vigor no Brasil, a RDC 327 da ANVISA, trouxe grande segurança jurídica ao setor, conectando as regras de prescrição, dispensação e desenvolvimento às regras já existentes que formam o arcabouço regulatório do mercado farmacêutico. Segundo Gustavo Palhares, co-CEO da Ease Labs, essas mudanças fortalecem a indústria nacional e tornam o Brasil um modelo regulatório para o mundo. “O Brasil tem um dos mercados mais regulados e seguros do mundo para a Cannabis medicinal. O modelo atual garante altos padrões de qualidade e segurança; com a exigência de conclusão dos estudos clínicos, o Brasil será o maior celeiro de conhecimento médico-científico do mundo, abrindo espaço para o surgimento de uma GW brasileira, fazendo referência à farmacêutica britânica especializada que foi adquirida pelo grupo Jazz por mais de 8 bilhões de dólares em 2021”, destaca Palhares.
Outros fatores que corroboram para o crescimento do setor e investimento potencial incluem a disseminação do conhecimento na sociedade médica, evoluções favoráveis na regulamentação, avanços em pesquisas científicas e, como mencionado, a crescente aceitação por parte de médicos e pacientes.
“O setor reúne características únicas e raras em qualquer segmento de mercado, como um ambiente regulatório novo e favorável à geração de valor e crescimento, o impacto positivo nos tratamentos e na saúde da população e o amplo espaço para lançamento de novos produtos, bem como o desenvolvimento de conhecimento e inovação tecnológica”, comenta o co-CEO da Ease Labs.
Destaque no mercado
Nesse contexto, Palhares explica que a Ease Labs tem se destacado ao oferecer uma cadeia produtiva integrada que vai da semente ao paciente, garantindo diferenciação no mercado por sua especialização.
“A nota técnica n. 33/2022 deixou clara a possibilidade da purificação do insumo em solo nacional, facilitando as operações do setor no Brasil. Por conta disso, nós da Ease Labs conseguimos implementar nossa linha de fabricação de insumos de Cannabis em solo nacional, através da farmoquímica Semeya, proporcionando a verticalização da cadeia produtiva e suportando o amplo crescimento projetado, com uma esteira robusta e contínua de lançamentos de novos produtos”, ressalta Palhares.
Ele comenta ainda que a comunicação médica assertiva, pautada no profundo conhecimento das moléculas, e pelo fato de deter um conjunto de processos bem definidos geram valores irreplicáveis. “A cadeia integrada da companhia consegue gerar produtos e tecnologias únicas, que têm o potencial de criar grandes reservas de mercados para tratamentos específicos, possibilitando, inclusive, o investimento em pesquisas científicas para garantir que nossos produtos atendam aos mais altos padrões exigidos pela Anvisa”, conclui.