Waldir Bertolino (*)
Já passamos daquela fase em que as organizações solicitaram o retorno dos seus colaboradores ao local de trabalho. A saída do isolamento social e regresso às atividades presenciais foi feito de forma gradual em muitas indústrias e agora estamos presenciando um número cada vez maior de funcionários regressando aos postos de trabalho.
E à medida que mais trabalhadores retornam, maior é a procura das empresas do setor por tecnologias que possam apoiá-las na construção de protocolos seguros de retorno ao ambiente de trabalho para garantir a saúde e segurança de seus funcionários. A indústria de manufatura já está familiarizada com as inúmeras crises de mercado e com uma série de regulamentações. Por isso, protocolos rígidos de segurança não chegam a ser uma novidades para esse segmento.
O que podemos considerar novo agora é a corrida para uma regulamentação baseada em tecnologia de ponta, que oferece o rastreamento das melhores práticas do setor e a implementação dessas na rotina das companhias. São ferramentas que podem abrigar novas funcionalidades para aumentar a segurança de funcionários, parceiros e até mesmo de consumidores.
Há pouco ou nenhum espaço para erro enquanto os fabricantes trabalham para sair da crise. As organizações devem começar com o básico, ou seja, distribuir os funcionários e reconfigurar os locais de trabalho respeitando um distanciamento adequado. Entradas e saídas de edifícios podem ser posicionadas em locais separados.
As temperaturas dos funcionários podem ser medidas ao entrar nas instalações. Tudo isso é importante, no entanto, é apenas o começo. A criação de um local seguro e confiável para exercer suas atividades precisa passar por uma transformação que vai muito além.
As indústrias que enfrentarão o maior desafio serão aquelas com dependência de práticas tradicionais de distribuição e produção e com alto índice de contato entre colaboradores. Quer um exemplo? A indústria de alimentos e bebidas. Para eliminar os risco de contaminação no chão da fábrica, o segmento tem experimentado, com sucesso, o uso de protocolos de manutenção de equipamentos digitalizados.
Com base nisso, o rastreamento em tempo real dos pontos de contato da equipe pode fornecer identificação imediata de possível não conformidade. Embora as decisões sobre padrões mais rígidos possam começar pelas lideranças, esta não é apenas uma questão de gerenciamento. Garantir um ambiente limpo e confiável é uma responsabilidade compartilhada por todos os colaboradores.
Isso significa que as soluções devem ser intuitivas, fáceis de usar e para todos, do diretor, passando pelo analista de negócio, e até os trabalhadores da linha de produção. A digitalização dos principais dados operacionais permite ter uma visão global e em tempo real dos dados críticos da empresa, bem como facilita a criação de estratégias de saúde e segurança para os funcionários no longo prazo.
Listo o que podemos extrair desses dados:
• Registros atualizados sobre as certificações individuais para os membros da equipe que trabalham com equipamentos específicos;
• Listas de verificação de manutenção automatizada e fluxos de trabalho que fornecem visibilidade sobre quem está realizando a manutenção do equipamento e com que frequência eles estão fazendo o reparo;
• Relatórios de manutenção em tempo real;
• Cronogramas de treinamentos;
• Organização de tarefas de inspeção, manutenção e reparo específicos para procedimentos de limpeza dos locais de trabalho.
Todas essas informações precisam trabalhar juntas e dependem de uma infraestrutura de TI ágil e flexível. É por isso que mais fabricantes estão buscando a migração para a nuvem para consolidar todos esses dados. Na prática, a nuvem alivia os fabricantes de tarefas manuais, além de oferecer a possibilidade de se tornarem mais estratégicos e preparados para enfrentar possíveis contratempos do mercado.
As soluções na nuvem permitem automação e integração completa em toda a empresa, criando uma única fonte de verdade para quaisquer requisitos de auditoria de segurança. O ganho real é a possibilidade de tornar a implementação de processos sem contato mais fácil.
O fato é que não há como voltar a ser como era antes. Trabalhar em um ambiente mais confiável e seguro será uma busca incansável. As empresas de manufatura que capitalizam as tecnologias de automação disponíveis no mercado poderão experimentar o sucesso no curto prazo.
(*) – É Country Manager da Infor no Brasil.