A figura do Governance Officer, que exerce papel estratégico, relacional e operacional no desenvolvimento da governança corporativa, está em crescimento no Brasil e no mundo.
Com a crescente importância da governança corporativa, também cresce a necessidade de estabelecer planos de sucessão eficazes para os profissionais que atuam especificamente nessas áreas, em especial os Governance Officers. No entanto, como a função desses especialistas é aprimorar o sistema de governança, auxiliando a companhia a se conectar de forma estratégica e com visão 360° às melhores práticas atuais do mercado, a criação de planos de sucessão para os profissionais dessa função tem apresentado desafios únicos.
“O desafio passa pela construção da cultura de boas práticas de governança, aliada ao cumprimento das normas e regulamentos, levando em consideração fatores ambientais e sociais na tomada de decisão e se adequando às particularidades e ao nível de maturidade de cada organização”, aponta André Bodowski, vice-presidente na América Latina da Diligent, empresa líder em soluções SaaS para governança, risco, compliance e ESG.
Uma das principais dificuldades na criação de um plano de sucessão para Governance Officers é a forma relacional em que a profissão se baseia, que muitas vezes é pautada na confiança que esse profissional estabelece com os membros dos conselhos.
Esse foi um dos temas debatidos durante a “Série de Palestras Diligent Governance Officer: discussões sobre a estrutura e a dinâmica de trabalho em grandes empresas”, realizada no fim de junho. “Em conversas recentes com profissionais da área, pude constatar que aproximadamente 80% das organizações brasileiras não possuem um plano de sucessão para os Governance Officers, e que 85% delas possuem menos de 4 pessoas atuando nessa função”, declara Daniel Araújo, membro da Comissão de Governança do IBGC e Governance Officer da BP Bunge.
Sandra Guerra, conselheira e sócia-fundadora da Better Governance, acredita que parte desse processo de estruturação de um plano de sucessão também deve abranger outras áreas da companhia, a fim de identificar talentos alinhados e dispostos a exercer a função de Governance Officer. “Acho bem importante que o plano tenha o envolvimento do presidente do conselho. Muitas vezes, o potencial sucessor não está na área de governança, e é preciso mapeá-lo para um possível desenvolvimento, de modo que ele possa assumir essa função”, analisa Sandra.
A criação de processos e o uso de tecnologia são aliados nesse desafio. Além disso, a complexidade e a abrangência das responsabilidades de um Governance Officer exigem um período substancial de transição e capacitação para o sucessor. Além do conhecimento de leis e regulamentos, esses especialistas precisam compreender as particularidades e os valores da organização em que irão atuar e definir processos que estejam de acordo com cada uma delas.
“Ter isso em mente garante um processo suave e eficiente, para que se consiga transmitir conhecimento e experiência para quem virá na sequência, pensando na continuidade do negócio. É muito comum que esse profissional traga suas vivências para a função, mas é de extrema importância que se criem processos alinhados com a empresa em que atua, todos bem estruturados e claros”, pontua Felipe Muller, Governance Officer da Petros.
Diante desses desafios, empresas como a Diligent têm se empenhado em fornecer soluções e recursos para auxiliar as corporações a terem as atividades para os profissionais de governança mais definidas e organizadas. O portal de governança da Diligent, por exemplo, funciona como um hub, com softwares para gestão societária e, principalmente, na auditoria de compliance e ESG.
“Criar um plano de sucessão sólido para Governance Officers é um passo essencial para garantir a continuidade e a excelência nas práticas de governança corporativa. As organizações devem estar preparadas para enfrentar os desafios inerentes a essa tarefa, investindo em talentos, promovendo a capacitação adequada e adaptando-se às mudanças do ambiente regulatório e empresarial. A Diligent tem se empenhado em ser um facilitador nesse processo de sucessão e demais atividades que ajudem as empresas a terem sucesso nas práticas de governança”, finaliza Bodowski.