Com o avanço da temática do ESG nas empresas, o mercado está jogando luz ao tema da cultura organizacional que já vem sendo bastante impactada pelo pós pandemia, evolução digital, diversidade e inclusão, saúde mental e segurança psicológica.
Para se ter ideia sobre a importância da cultura para o sucesso de uma corporação, de acordo com uma pesquisa feita pela McKinsey, as empresas que nutrem as melhores culturas oferecem retornos 60% maiores do que aquelas que não colocam o tema como prioridade em suas estratégias.
De acordo com Thais Pegoraro, sócia da Exec, consultoria especializada na busca, seleção e desenvolvimento de executivos, e avaliação e formação de conselhos, a cultura organizacional, é um importante polo de atração e engajamento de colaboradores, assim como um ponto-chave de retenção dos bons talentos.
A especialista da consultoria elencou 7 aspectos que marcam uma cultura organizacional forte. Confira:
- – Entendem a cultura organizacional como vantagem competitiva – “O que separa as organizações com melhor desempenho em relação às demais? Uma estratégia inteligente? Produtos superiores? Pessoas melhores? Talvez sim — por um tempo — mas qualquer vantagem desaparece se não for construída sobre algo mais fundamental.
Algo que permita que uma vantagem competitiva se sustente e cresça com o tempo. Essa é a cultura”, disse Carolyn Dewar, sócia da McKinsey, sobre o estudo. Ter uma cultura organizacional forte vem ao encontro do movimento cada vez mais acelerado de inovação que está norteando o avanço das empresas.
“Estamos diante do fato de que as soluções que as companhias colocam no mercado rapidamente perdem valor. E ter uma cultura organizacional saudável, que se adapta rapidamente às mudanças, ajuda a companhia a encontrar novas maneiras de alcançar o sucesso”, destaca Thais. E complementa: “A fronteira da vantagem competitiva atualmente é o capital cultural das empresas, superior ao capital intelectual ou tecnológico”.
- – Atraem pessoas realizadas e produtivas – Uma cultura forte, por detrás de uma organização evoluída, atrai pessoas realizadas e produtivas. Isso ocorre quando porque a cultura: se mostra congruente, adaptável ao momento, proporciona condições adequadas de trabalho, se presta a resolver um problema do mundo, nutre princípios genuínos do ESG e apresenta um turnover baixo, além de guardar uma forte relação com o ROI da empresa.
À medida em que a cultura organizacional de uma companhia perpetua ações ligadas a aspectos como estratégia, gestão de pessoas, liderança, sustentabilidade, inclusão, entre outros, deixa seu legado, tendo em seu time pessoas mais realizadas e produtivas, que ficam.
3.- Não cultivam ambientes tóxicos e limitantes – Ainda existem diversas empresas que reforçam uma cultura organizacional baseada no medo, e não no propósito. Em um ambiente permeado por valores limitantes ou negativos, os colaboradores atuam com medo.
Medo de não encontrarem condições suficientes para exercer seu trabalho, não receberem reconhecimento por seus feitos e serem avaliados como insuficientes para exercer o seu cargo. Todos esses aspectos estão ligados ao receio de terem um mau desempenho e serem punidos. Cerca de 70% das transformações falham nas empresas e 70% dessas falhas estão relacionadas à cultura organizacional.
- – Incentivam a experiência com foco no aprendizado – A geração atual de profissionais almeja fazer parte de empresas que priorizem pontos como a inovação, autonomia, com espaço para o diálogo e a prática da experiência, com o erro voltado para o aprendizado.
Eles querem colocar em prática novas ideias, mas, para isso, precisam de incentivo e segurança de que o erro não vai levar ao fracasso, mas sim ao aprendizado. Os executivos precisam entender que testar ajuda a impulsionar a formação de profissionais mais bem preparados para lidar com as inovações e mudanças que surgem a cada momento.
5.- Elas não têm medo de assumir riscos – As lacunas presentes na cultura organizacional são algumas das principais barreiras que uma empresa pode encontrar para alcançar o sucesso na era digital. O levantamento da McKinsey aponta o medo de assumir riscos como uma dessas deficiências. É um entrave que já existia, segundo a consultoria, mas que se tornou mais oneroso nos tempos atuais.
Thais afirma que assumir riscos se tornou algo “assustador” para as empresas, porém aquelas que detêm uma cultura organizacional forte se colocam à prova. “De um lado, a inovação pede que as empresas se arrisquem na experimentação. Por outro, assumir esses riscos se tornou algo que muitas vezes paralisa as companhias, pois hoje lidam com exigências relacionadas à adotar uma transparência maior, sua vantagem competitiva tem duração menor, entre tantos outros fatores”.
- – Entendem as consequências de não ter um trabalho multifuncional – A segunda deficiência apontada pela McKinsey diz respeito à existência de silos organizacionais — departamentos que trabalham de forma desconectada, sem trocarem informações e compartilharem projetos.
Cada vez mais, o ambiente das empresas agrega novas tecnologias e o trabalho humano demanda mais multifuncionalidade e colaboração. Não há mais espaço para profissionais que hesitam em compartilhar informações ou colaborar com outras funções. Isso pode ser corrosivo para a cultura organizacional.
- – Fornecem aos seus colaboradores acesso a dados – As empresas que têm uma cultura organizacional forte propiciam o acesso a dados aos seus colaboradores. Associar os dados às decisões certas pode ajudar a formar um entendimento comum das necessidades do cliente na cultura da organização, fomentando um círculo virtuoso. A falta de informações dificulta que os funcionários percebam possíveis ameaças ou mesmo oportunidades.
No mundo digital, as áreas de uma empresa precisam trabalhar em conjunto, e não cada uma por si para descobrir a mesma ideia. Para isso, as companhias precisam incutir em seus colaboradores um senso comum do objetivo e do propósito da empresa, e lastrear tudo isso a dados e evidências.
Criar uma cultura organizacional forte não é algo que é feito de um dia para o outro. Engloba mudanças complexas que abordam não somente a adoção de tecnologias, mas incluem a adoção de novos paradigmas.
Os líderes não atingirão a agilidade que precisam se não ajudarem a construir culturas organizacionais que sejam eficientes em todas as funções e unidades de negócios. É preciso ter proatividade, pois as transformações chegam rápido e colocá-las em prática é um processo bem mais trabalhoso, que demanda tempo, persistência e risco. – Fonte e mais informações: (https://www.exec.com.br/).