As habilidades comportamentais, antes já apreciadas por recrutadores, tendem a ganhar ainda mais relevância durante processos seletivos após o fim da crise decorrente da pandemia de covid-19. Questões emocionais também serão medidas com maior força durante as entrevistas para analisar a compatibilidade do candidato com as expectativas organizacionais da empresa. Segundo Sérgio Margosian, gerente para a área de Recursos Humanos da Michael Page, consultoria especializada no recrutamento de média e alta gerência, os profissionais que têm algum tempo sobrando durante a quarentena, podem aproveitá-lo para trabalhar sua inteligência emocional.
“O autoconhecimento será essencial para garantir oportunidades de emprego após o fim do período instável em que nos encontramos, permitindo evidenciar habilidades concretas e aperfeiçoar questões técnicas e pontos de fragilidade. Quando você se conhece, fica mais confiante para se expressar. Para isso, crie uma rotina concreta. Separe parte do dia para elaborar uma agenda. Reserve tempo para meditação, alimentação e esportes. Cuide bem do corpo e da mente, afinal, uma pessoa equilibrada emocionalmente, saudável e segura garante um bom desempenho durante entrevistas”.
Confira as cinco habilidades apontadas pelo consultor como potencialmente requisitadas por recrutadores após o fim da crise atual:
• Autoconhecimento – A inteligência emocional tem sido uns dos pontos de maior atenção para candidatos que pretendem buscar recolocação no mercado de trabalho depois da crise. É uma habilidade já requisitada pelos recrutadores, que se fortaleceu ainda mais com o momento que estamos vivenciando. Questões emocionais são importantes para a evolução dos negócios em momentos de instabilidade. Empresas que conseguiram enxergar novos caminhos, seja por meio de digitalização ou de novos aprendizados, sofreram menos impactos.
Entrar na “zona de pânico” não é a melhor solução. O pensamento otimista, importante em situações de crise, permite o crescimento e a adaptação a diferentes circunstâncias, além de estimular o pensamento “fora da caixa”. Então, é essencial conhecer gatilhos emocionais para poder definir ações de modo adequado, com foco no presente e temer o futuro.
• Autogestão – Ter controle e gerir as emoções é importante para garantir adaptabilidade às circunstâncias, mas só é possível a partir do autoconhecimento. Quem já desenvolveu tais habilidades, certamente está mais confortável durante a crise que estamos enfrentando. Claro que é impossível estar completamente tranquilo, mas o sofrimento é menor. Agora, mais do que nunca, é preciso ter o mindset de crescimento para transformar a crise em algo positivo.
Para isso, é importante conhecer a realidade, mas saber priorizar as batalhas mais importante pessoal e profissionalmente, já que os âmbitos estão diretamente relacionados. Quando conseguimos controlar o ambiente profissional, gerar bons resultados, nossas vidas pessoais também têm bom desempenho.
• Empatia – A empatia é uma questão muito forte durante e pós-crise. É preciso entender como cada pessoa está lidando com o momento e enxergar que as histórias e formas de lidar são completamente diferentes. Entender o outro é essencial tanto na rotina de trabalho, quanto na vida social, para estabelecer laços e engajar profissionais. Mas a empatia só é completa quando, além de compreender o outro, temos uma visão a partir dos seus sentimentos. A atitude fará com que novas soluções e posicionamentos surjam, ampliando os horizontes de negócios e proporcionando novas conexões.
• Consciência organizacional – É preciso ter em mente que não voltaremos exatamente ao ponto em que estávamos antes da crise começar. O progresso dos negócios não é tão rápido quanto imaginamos, mas sim contínuo. Ter consciência organizacional é muito importante para realinhar as expectativas com relação ao processo, para saber o que falar e quais atitudes tomar ou não com os colaboradores, e também para aprender a ter mais empatia na volta das atividades.
• Gerenciamento das relações – Com o fim da crise, a manutenção das relações dentro das empresas é extremamente importante para medir seu nível de influência, a eficiência de sua gestão, para rever a forma de tratar conflitos e de se comunicar. A comunicação não violenta é relevante, principalmente em momentos de instabilidade. É importante ter um protocolo prévio de como lidar com a situação para passar tranquilidade e guiar a equipe. Calma e assertividade nos processos comunicacionais são fundamentais para a retomada do trabalho.
Fonte e mais informações: (www.michaelpage.com.br).