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Grupo vai reorganizar cadeia produtiva do livro

em Destaques
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O grupo editorial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) criou na sexta-feira (14) um grupo de trabalho para auxiliar na reorganização da cadeia produtiva do livro.

O objetivo é minimizar os reflexos da crise gerada pelas grandes livrarias no setor gráfico. A Abigraf sinaliza ao mercado a disposição dos empresários em colaborar. As medidas propostas vão do reajuste de preços até a exigência de que as editoras ofereçam garantias de pagamento para novas impressões.
“Existe no mercado de livros duas crises muito distintas. A primeira é a que assola o Brasil como um todo e afetou todos os segmentos. A segunda, paralela a isso, é bem pontual: é a recuperação judicial tanto da Livraria Cultura quanto da Saraiva, que é a que está afetando a indústria gráfica, com as editoras que venderam a essas duas grandes redes. Algumas grandes têm milhões para receber e a grande maioria das editoras de médio porte ficou com seu caixa zerado, não recebeu”, explicou diretor do segmento editorial da Abigraf, João Scortecci.
Segundo ele, está havendo um efeito dominó, com as gráficas sendo a última peça da fileira, já que muitas editoras estão pedindo renegociação de suas dívidas com as gráficas porque não conseguem pagar, por não receberem das livrarias. “Fora isso temos mão de obra e os impostos, que não há como fugir, e o papel. Hoje temos dois grandes fornecedores que não negociam. Ou seja, se não pagar, não tem mais papel. Toda a cadeia está interessada em negociar, parcelar, encontrar uma sobrevivência para isso, mas quando chega na indústria gráfica para porque não tem matéria prima para trabalhar”.
Segundo Scortecci, não há uma crise livreira no país, porque o Brasil ainda tem 23 milhões de leitores. Para ele, o potencial do mercado livreiro é muito grande e é preciso atender aos leitores com honestidade, bons preços, e com produto nas prateleiras (ABr).