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Grupo Prosegur lança observatório sobre o presente e o futuro da segurança global

em Destaques
segunda-feira, 25 de abril de 2022

O Grupo Prosegur, referência global no setor de segurança privada, acaba de lançar um espaço de análise e reflexão sobre o presente e o futuro da segurança global: a Prosegur Research. Com a iniciativa, a multinacional espanhola antecipa os desafios e oportunidades que determinarão a evolução da sociedade nos próximos anos.

A iniciativa Prosegur Research aspira a se estabelecer como ponto focal de todos os profissionais de segurança e a contribuir para a disseminação da cultura de segurança. O projeto conta com a assessoria e a colaboração de um amplo painel de pesquisadores e analistas, tanto externos quanto internos, ligados a instituições acadêmicas e científicas de alto nível.

Nas palavras de Fernando Abós, diretor geral da Prosegur Security e idealizador da Prosegur Research, “é hora de criar um fórum de reflexão e debate sobre o presente e o futuro da segurança. Queremos compartilhar com a sociedade o conhecimento acumulado em nossos mais de 45 anos de atividade e somar a essa iniciativa todos aqueles que querem nos ajudar a antecipar os desafios que virão, sempre apoiados pela inteligência e as oportunidades que a inovação e o progresso tecnológico nos trazem”.

A iniciativa vai elaborar relatórios periódicos que abordarão questões relacionadas à segurança de diversas áreas, como, por exemplo, inovação, tecnologia, meio ambiente ou à criminalidade, assim como o impacto dessas questões sobre as empresas e sobre os diferentes setores da atividade econômica. Em seu lançamento, a Prosegur Research publicou duas análises interessantes: “Um mundo diferente: chaves para o futuro” e “O mundo em 2022” em que mergulha nas principais tendências e chaves para o futuro no campo da segurança global.

Nessas análises, se antecipam diversas tendências. Por um lado, o aumento da desordem social derivado da polarização extrema existente, a forte diminuição da confiança nas instituições potencializadas pelas dificuldades na gestão da pandemia e pela intensa frustração causada pelas difíceis circunstâncias econômicas, de saúde e sociais vivenciadas durante os anos de 2020 e 2021.

Por outro lado, o documento prevê um aumento do crime organizado e da governança criminal, dada a sua alta capacidade de adaptação, a disponibilidade de recursos enormes e o maior controle social das organizações criminosas em determinados territórios aproveitando a crise.

Nos dois primeiros relatórios, os analistas estabeleceram as sete chaves para o futuro que estão moldando um novo ambiente global e que impactarão ao longo dos próximos anos a percepção e gestão dos riscos de segurança: o Poder Difuso, a Polarização Social, a Redefinição do Modelo Econômico, o Empoderamento Individual, a Convergência Tecnológica, a Saúde e o Bem-Estar e o Meio Ambiente e a Sustentabilidade.

  1. – Poder Difuso: a Era da desordem – A atualidade está marcada por extrema competição geopolítica e geoeconômica, destinada a reescrever o papel que cada ator terá no futuro, e que se reflete nos novos conflitos híbridos. Por um lado, a relação entre poder e legitimidade foi quebrada. Além disso, a crise econômica e de saúde, entre outros elementos, e a perda global da liberdade derivada de decisões críticas em face de eventos disruptivos aumentaram o poder das autocracias.

Como destaca a The Economist, a democracia sofreu um retrocesso em 70% dos países em todo o mundo em 2020, com uma deterioração adicional em 45% deles no último ano. O poder é difuso e descentralizado, dividido entre atores estatais e não-estatais. Um certo grau de desglobalização física baseado no desejo de autoproteção é acompanhado pela ameaça de fragmentação do mundo em blocos. As autocracias aumentaram seu peso.

  1. – Polarização social: desconfiança e fragmentação – A enorme volatilidade e a incerteza do mundo atual desgastam a coesão social e dificultam o consenso, gerando uma significativa fragmentação social. Por exemplo, globalmente houve um aumento de 244% em tumultos e manifestações antigovernamentais entre 2011 e 2019 (Global Peace Index, 2021).

Além disso, a fadiga pandêmica tem destacado toda uma série de causas estruturais e conjunturais que acentuam as motivações tradicionais do sentimento de protesto, aumentando a percepção de choque sistêmico. Nesse sentido, o Fundo Monetário Internacional já alertou para o aumento do conflito social derivado tanto dos impactos econômicos e sociais da pandemia, como do recente conflito na Ucrânia.

  1. – Stakeholders Econômicos: redefinição do modelo econômico – A crise financeira de 2008 e os impactos econômicos da COVID-19 têm impulsionado a busca por novos modelos econômicos mais inclusivos, com todos os atores envolvidos na economia, incluindo a sociedade. A mudança é tal que as empresas que executam critérios de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) estão demonstrando melhor desempenho no mercado de ações.

No entanto, desenvolvimentos recentes no cenário internacional, como a crise na Ucrânia, acentuam problemas na cadeia de suprimentos e inflação em todo o mundo, comprometendo os níveis de recuperação esperados, diminuindo as expectativas de crescimento e gerando outra série de ameaças, como a insegurança alimentar.

  1. – Empoderamento Individual e Mudança de Valor: eu vs. o mundo – As Nações Unidas definem o empoderamento individual como “o processo que permite que as pessoas tenham maior controle sobre suas próprias vidas e sobre os fatores e decisões que as compõem”. Uma sociedade que progride requer indivíduos altamente capacitados, objetivo para o qual a globalização, o amplo acesso ao conhecimento e as novas tecnologias têm contribuído, o que tem gerado mudanças importantes nos hábitos de vida.

Por isso, observa-se uma nova onda de conscientização social, reforçando a resiliência comunitária e a solidariedade social como contrapontos ao desespero, à fadiga pandêmica e à vulnerabilidade à saúde, crises econômicas e ambientais.

  1. – Convergência Tecnológica: desenvolvimento global exponencial – A tecnologia contribuirá de forma acelerada para redefinir setores e melhorar serviços e produtos, bem como capacidades humanas, possibilitando o que até agora é impossível. Por exemplo, com 3G leva 45 minutos para baixar um filme em HD, com 4G leva 21 segundos e com 5G menos tempo do que ler esta frase (Diamandis e Kotler, 2021).

No entanto, o potencial disruptivo e a convergência dessas tecnologias ampliam as possibilidades de ataque, devido ao aumento das velocidades de conexão, ao aumento do manuseio de dados ou à menor latência de resposta, entre outros fatores, que está configurando crimes cibernéticos em dispositivos móveis, IoT e nuvem como principais vetores de ataque atualmente e nos próximos anos.

Além disso, estamos testemunhando uma incipiente guerra fria tecnológica com a crise dos microchips e semicondutores: as rivalidades políticas entre os poderes são e continuarão a causar atrasos nas entregas e aumentos de preços tanto para os fabricantes quanto para os consumidores.

  1. – Saúde e Bem-Estar: novas formas de viver – A pandemia levou à ampliação do conceito de saúde física para a saúde holística, que inclui saúde mental, alimentar e social. Além disso, segundo especialistas, 70% dos últimos surtos epidêmicos têm sua origem no desmatamento e, portanto, o risco de aparecimento de novas pandemias é apenas uma questão de tempo.

Por essa razão, a proteção do ecossistema é uma questão de saúde pública e ignorar sua conservação significará a criação e o crescimento de mercados criminosos que lucram nesse sentido, por meio do tráfico de fauna ou de produtos medicinais, entre outros.

7 – Meio Ambiente e Sustentabilidade: O ecossistema como prioridade – A crise da saúde nos fez ver o ser humano como algo frágil e dependente do ecossistema em que vivemos. Além disso, desastres naturais custam cerca de 18 bilhões de dólares por ano apenas para países de baixa e média renda em danos à infraestrutura de transporte e energia (Banco Mundial, 2021).

Os consumidores escolhem empresas ambientalmente e socialmente conscientes, e 70% levam isso em conta na hora de escolher uma marca. Trata-se de uma questão ligada à busca de equilíbrio entre crescimento econômico, cuidado com o meio ambiente e bem-estar social, que atualmente se materializa na demanda — pela maioria da população — de que as empresas respeitem critérios mínimos de ESG.

Estamos diante do último apelo à sustentabilidade em uma década que é apresentada como crítica. A tendência para eventos climáticos extremos e desastres naturais, como incêndios florestais, secas ou inundações, representará um sério risco para empresas e cidadãos como um todo nos próximos anos. – Fonte e mais informações: (https://www.prosegurresearch.com/).