Apenas 12% dos detentos no país têm atividade laboral, segundo dados oficiais.
A proposta é que empresas privadas se responsabilizem pela formação técnica de tal maneira que ao deixarem a prisão, os apenados tenham condições de ingressar no mercado de trabalho. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que as empresas serão escolhidas por meio de licitações, com valor acima de R$ 330 mil anuais, e assumirão responsabilidade para contratar e definir atividades profissionalizantes nos presídios. O mesmo deverá valer para egressos do sistema prisional.
Jungmann anunciou também que deverá ser ampliado o sistema de redes de perfis genéticos de criminosos (DNA). Para tanto, devem ser aplicados R$ 10 milhões. De acordo com ele, o objetivo é focar principalmente na violência contra mulher. “Quando você tem o estupro e tem o DNA você pode passar por 75 mil registros dos bancos e verificar se há material de alguns dos presos para punir o estuprador. Ainda este mês vamos também fazer uma grande ação de combate ao feminicídio”, disse.
Jungmann afirmou que o governo vai investir imediatamente na compra de equipamentos e veículos. Segundo ele, serão adquiridos 8 mil veículos, que permitirão a renovação de 23% da frota, estimada em 35 mil carros das polícias do país. Em uma segunda etapa, haverá abertura de licitações para compra de drones, armas e motocicletas. O ministro ressaltou ainda que serão comprados 120 mil coletes de proteção individual para os policiais ao custo de R$ 220 milhões. “Até hoje tínhamos mais policiais que coletes e agora teremos excedente de coletes”, disse.
Após ser questionado sobre os dados de aumento das mortes violentas no ano passado, Jungmann afirmou que até o início do próximo mês, serão instalados o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e o Conselho Nacional de Segurança Pública, responsável pela condução da política do setor. O ministro reiterou que: “Lembro que o anuário reflete 2017 e estamos em 2018, o ano em que foi criado Ministério da Segurança Pública e o Susp”. De acordo com o anuário, apenas em 2017, foram assassinadas 175 pessoas por dia, registrando elevação de 2,9% em comparação a 2016 (ABr).