42 milhões de brasileiros são empreendedores, mas só 10,4% conseguem passar dos 3,5 anos de negócio. Sócio-diretor executivo da beePO ensina como começar a organizar as finanças
O Brasil tem 42,2 milhões de empreendedores e 51,5 milhões de potenciais empreendedores, ou seja, pessoas que pretendem abrir um negócio nos próximos três anos, de acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada em parceria com o Sebrae. Apesar de ter crescido o número de empreendedores estabelecidos, ou seja, com um negócio aberto há mais de 3,5 anos, ainda são apenas 10,4%. “A falta de organização financeira é o principal fator de insucesso dos empreendimentos”, aponta Fernando Giberti, sócio-diretor executivo da beePO (beepo.app.br), consultoria e gestão financeira de negócios. Ele ensina como começar o controle financeiro de uma pequena empresa.
A pesquisa também sondou os sonhos dos brasileiros. O desejo de empreender (59,9%) ficou em segundo lugar, perdendo em apenas um ponto percentual para o sonho de viajar pelo país (60,6%). Em terceiro e quarto lugares, ficaram a vontade de comprar uma casa e a vontade de comprar um carro, praticamente empatados, com 54% e 53,7%, respectivamente. Já em quinto, ficou o sonho de viajar para o exterior, opção escolhida por 49,3% dos entrevistados.
Diante da importância que o empreendedorismo tem para grande parcela da população brasileira, se faz necessário o preparo das pessoas para lidar com a gestão do negócio. “É muito raro, no Brasil, que donos de pequenas empresas sejam especialistas em finanças. Por isso, é comum que a maioria dos pequenos empresários enfrente relativa dificuldade em fazer uma gestão eficiente”, comenta Giberti. Ele explica que a falta de expertise técnica normalmente acarreta uma série de problemas: erros frequentes, perdas financeiras, risco de fraude ou desvio de dinheiro, falta de visão sobre o negócio e excesso de tempo dedicado ao financeiro, faltando tempo para cuidar do core business, por exemplo.
Gestão financeira para pequenas empresas
Para organizar as finanças, segundo Giberti, o primeiro passo é criar um Plano de Contas, ou seja, é preciso distribuir as contas da empresa em categorias. Deve-se fazer uma lista de despesas do negócio e depois classificá-las em fixa ou variável. Para uma loja de roupas, por exemplo, o aluguel, as contas de luz, água e telefone seriam despesas fixas, enquanto as caixas e fitas para presente seriam despesas variáveis, uma vez que nem toda compra é um presente para outra pessoa. Essas informações devem ser colocadas em uma planilha que constará os valores mensais de cada item.
Assim como as contas a pagar, deve-se listar, classificar e lançar em uma planilha as diferentes fontes de receita. “Mantendo esta organização, será possível saber quais receitas estão performando melhor e entender a relação dos custos de marketing e comercial sobre o retorno de venda. Vamos supor que sua empresa, além da loja física, tenha um canal de vendas online e participe de feiras para venda dos seus produtos. Neste caso, cada venda deve ser classificada quanto a sua origem”, orienta Giberti.
Também é muito importante estabelecer uma rotina de pagamentos para não atrasá-los, gerando juros e conflitos. Para isso, deve-se verificar as datas de vencimento das contas fixas e a recorrência de compra de fornecedores, criando, assim, um calendário mensal de pagamentos. Outra rotina a ser estabelecida é a de conciliação bancária, ou seja, verificar se todas as movimentações na conta da empresa estão batendo com os lançamentos na planilha de controle financeiro.
Essas e outras orientações podem ser encontradas no Guia de gestão financeira para pequenas empresas da beePO.
A beePO faz parte da matter&Co, o primeiro ecossistema de inteligência de negócios da América Latina. O grupo reúne empresas diversas e estrategicamente escolhidas. Com visão analítica, soluções criativas e inteligência colaborativa, as empresas da matter&Co já atuaram em mais de 1.750 projetos em âmbito nacional e internacional.
Além da beePO, integram o grupo: a Smart Business Lab, consultoria em estratégia e gestão de negócios, a Jumppi, empresa de inteligência e pesquisa, a Umanse, hunting e desenvolvimento de pessoas, a IN3, ciência e análise de dados e a Calebe_, empresa de branding e produtos digitais.