Desde ontem (22), os mais de nove mil homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram as ruas do Rio de Janeiro, apesar do pedido de prorrogação do emprego das tropas federais no Estado feito pelo governador Luiz Fernando Pezão.
A decisão do presidente Michel Temer de não manter os militares trabalhando na Operação Carioca foi tomada em reunião com o Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional.
A recusa de prorrogação foi baseada em argumentos usados pelo Ministério Público Militar que pediu a saída das tropas ou a não prorrogação, por considerar que elas estavam sendo usadas em caráter “puramente preventivo”, o “que não se coaduna com a previsão legal”, “banalizando” o emprego das tropas federais e criando um “precedente perigoso no sentido de desvirtuamento da sua missão constitucional”.
O ministro-chefe do GSI, general Sérgio Etchegoyen, justificou à reportagem a necessidade de saída dos militares explicando a situação no Rio é de tranquilidade. “A análise continuada da situação do Rio demonstra que não existem mais as condições que a lei impõe como necessárias ao emprego das FFAA (Forças Armadas) em operações de GLO (esgotamento ou ausência dos órgãos de segurança pública estadual)”, disse ele.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi na mesma direção. Lembrou à reportagem que “o MPM manifestou-se contrariamente à continuidade da GLO (garantia da lei e da ordem) no Rio”. Segundo ele, “na cidade o clima é de normalidade, a ordem pública está sob controle (AE).