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Estudo projeta crescimento econômico médio para o país de 2,3%

em Destaques
quinta-feira, 01 de agosto de 2024

A fraqueza do governo na implementação da sua agenda econômica, que limita a eficiência na condução da estratégia fiscal (via aumento de arrecadação) e o controle do voluntarismo econômico, deve impactar o crescimento da economia a partir deste semestre.

Essas são algumas das conclusões da mais recente edição do estudo Cenários de Longo Prazo produzido pela Tendências Consultoria, que projeta o comportamento econômico do país entre 2024 e 2033 a partir de três possíveis cenários: Básico, Otimista e Pessimista. Na edição atual do estudo, a equipe da Tendências considera os efeitos de um cenário externo desafiador e um ambiente doméstico bastante complexo.

“Externamente, há resiliência da inflação, política monetária dura e reorganização da ordem global, com aumento da extrema-direita. Já domesticamente, o governo está politicamente enfraquecido, aumentando a percepção de risco fiscal”, resume Alessandra Ribeiro, economista e diretora de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências Consultoria.

. No Cenário Básico, cuja probabilidade de ocorrência é de 65%, a consultoria prevê crescimento médio de 2,3% no período. “A política monetária nos EUA deve permanecer dura por mais tempo, com taxas de juros de 5,25% e 4,25%, com a possível vitória de Donald Trump e as mudanças na geografia eleitoral aumentando os riscos geopolíticos.

No Brasil, temos o pragmatismo limitado pelo quadro político adverso, além de uma certa normalidade do processo legislativo brasileiro, mesmo com a constante rivalidade entre os poderes. Com base nisso, mantivemos a projeção para este cenário”, comenta a economista.

. Já o Cenário Pessimista, com 25% de probabilidade de ocorrência, é caracterizado por um ambiente externo ainda mais desafiador, com inflação e juros elevados, agravados pela reorganização da ordem global.

Outro ponto de atenção é a desaceleração abrupta da economia chinesa, que contribui para um ambiente econômico global mais frágil. Nesse cenário, a economia brasileira cresce, em média, 1,7%, com reversão da trajetória adversa a partir de 2027.

Para Alessandra, “no âmbito doméstico, a complexidade é aumentada tanto pelos efeitos globais como pelo ambiente político local, já que a quebra da coalizão governista agravará a fraqueza do governo na implementação da agenda econômica, e as derrotas legislativas dos projetos de recuperação da carga tributária poderão resultar numa nova crise de confiança na economia brasileira”.

. O Cenário Otimista, com 10% de probabilidade de ocorrência, mantém as condições internacionais do Cenário Básico, mas com um ambiente doméstico mais dinâmico. Alterações na relação entre os poderes no biênio final do atual mandato permitiriam maior sucesso na implementação da estratégia fiscal e na recuperação da carga tributária.

“A maior eficiência da coalizão de governo facilitaria a criação de Leis Complementares relacionadas à Reforma Tributária sobre o Consumo. Nesse cenário, a economia brasileira cresce, em média, 3,1% entre 2024 e 2033”, encerra Alessandra.

Principais premissas dos Cenários de Longo Prazo:

  • Cenário Básico: normalização macroeconômica mais desafiadora:
  • Cenário internacional mais turbulento para economias emergentes
  • Governo fraco limita estratégia fiscal
  • Política monetária continua pragmática mesmo com mudança no comando do Banco Central
  • Cenário Otimista: governo recupera capital político e aprofunda reformas:
  • Governo ameniza risco fiscal
  • Capital político mais elevado reforça pragmatismo da agenda econômica
  • Risco reduzido potencializa efeitos econômicos da reforma tributária
  • Cenário Pessimista: crise de governabilidade reforça efeitos negativos da turbulência internacional:
  • Inflação mais persistente no mundo avançado
  • Crise de governança reforça problema fiscal
  • Percepção de risco elevada reduz efeito da reforma tributária

Fonte e outras informações: (https://tendencias.com.br).