Especialistas consideram que, embora modesto, o crescimento de 0,2% do PIB no segundo trimestre indica que o país começa a deixar para trás a recessão econômica.
Para especialistas, o resultado positivo entre abril e junho também ajuda a consolidar a tendência verificada no primeiro trimestre, quando, favorecido pelos bons resultados da agropecuária, o PIB cresceu 1%, interrompendo dois anos de quedas consecutivas.
“Depois de um longo período de quedas sucessivas, já conseguimos enxergar uma mudança de tendência. Por isso, já se fala que o país está saindo da recessão e imaginamos fechar este e o próximo ano com saldos positivos”, disse o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior. Destaca que as despesas de consumo das famílias cresceram 0,7%, interrompendo um período de nove semestres consecutivos de queda.
Após crescer 13,4% no primeiro trimestre e contribuir para que o PIB do período crescesse 1% em comparação ao quarto trimestre de 2016, a agropecuária estagnou, registrando variação nula (0%) entre abril e junho deste ano. Considerando o valor adicionado das atividades, no trimestre a agropecuária responde por R$ 82,4 bilhões do R$ 1.6 trilhões do PIB.
Para o coordenador do núcleo econômico da CNA, Renato Conchon, a variação nula é um resultado “muito bom” se levado em conta que o primeiro semestre, que serve de base de comparação, foi excelente. “Com base no comportamento histórico, estimo que o resultado do terceiro trimestre vai ser menor que o do segundo e que, no quarto trimestre, a atividade voltará a subir um pouco. Justamente por questões sazonais às quais a agropecuária está sujeita” disse.
O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, destacou que “o setor de serviços auferiu seu melhor desempenho desde o terceiro trimestre de 2013”, ressaltou. No entanto, segundo Bentes, “ainda é cedo para apontar um cenário de crescimento contínuo nos próximos trimestres, mas o setor, que responde por 75% do emprego formal e 73% do valor adicionado aos preços básicos, deve contribuir para uma melhora no cenário a curto e médio prazo” (ABr).