Há alguns anos atrás vivíamos em uma realidade onde as coisas eram mais palpáveis, onde era necessário as pessoas se encontrarem para uma reunião, se quiséssemos enviar algum documento precisávamos ir até o correio e para falar com alguém era só por telefone.
Mas com a chegada da internet tudo mudou, com ela veio o email, as redes sociais, as plataformas de streaming, que de certa forma diminuiu a ida em locadoras de filmes, e atualmente um aprimoramento nas relações digitais, que incluem tanto os relacionamentos pessoais quanto os negócios e investimentos. Termos como moeda digital, metaverso, token e blockchain fazem parte deste novo mundo e vem crescendo dia após dia,
Segundo Cleberson Marques, especialista em desenvolvimento e inovação imobiliária, e um dos fundadores da Terra Token – primeira startup do Centro-Oeste especializada na estruturação de tecnologia para a realização de transações em criptomoedas e tokenização de ativos imobiliários, mesmo com esse crescimento observado nos últimos anos, ainda há muitas pessoas que já ouviram falar de algum termo do mundo dos investimentos mas nem sequer sabem do significado.
Confira a explkicação do especialista sobre os termos mais comentados no mundo digital:
1. Blockchain – É uma tecnologia digital criada inicialmente para registro e controle de criptomoedas. Ela é denominada como uma espécie de livro-razão digital onde seus registros são imutáveis e transparentes, pois apresentam o histórico de negociações. As informações são 100% rastreáveis.
“Ela é uma rede digital descentralizada, que se forma através da junção de computadores espalhados pelo mundo, sendo totalmente aberta e compartilhável. Sua evolução constante possibilitou a criação dos tokens (registros digitais criptográficos), que gerou um novo mundo para os negócios, o de digitalização de diversos ativos antes circulantes apenas por meios físicos”, explica Marques
2. Token – É o código identificador digital exclusivo e imutável de um ativo. Ele pode ser entendido como uma representação de um bem em formato digital. São ativos digitais criados para pessoas que buscam proteger a posse autenticada de bens, além de valorização ou rentabilidade futura.
Carro, obras de arte, imóveis ou qualquer bem pode ser convertido em token. Para validação de um token é necessária sua criação dentro de uma estrutura de blockchain. Nesse ambiente acontece a compra, venda ou transferência dos tokens.
3. Tokenização – É a operação de registro, certificação digital e validação de um ativo (o token), inicialmente, ele começou a transformação de validação de documentos físicos em digitais, processo que conhecemos como Certificação digital. O Certificado digital nada mais é que um Token e este processo pode ser também entendido como Tokenização.
Hoje o token também é utilizado nas criptomoedas, para controle de suas emissões e garantia de sua legitimidade. Atualmente a tokenização também vem sendo usada para imóveis, mesmo ainda não regulamentada. Ela ainda não substitui a escritura e registro em cartório que é obrigatório em nosso país e trás segurança e confiança aos proprietários dos imóveis.
Cleberson acrescenta que para que isso aconteça será necessário vários ajustes para que isso ocorra de maneira organizada, eficiente e segura aos usuários deste novo mecanismo.
Hoje em dia são feitos sobre “brechas legais”. A operação também vem chamando a atenção devido a duas vertentes, a possibilidade de aumento da liquidez do mercado, uma vez que a propriedade tokenizada pode ser fracionada em mais de um token e ofertada globalmente aos mais diversos tipos de investidores. É a possibilidade de redução da burocracia cartorária no futuro, devido a possibilidade de registros em blockchain.
4. Criptomoeda – É uma moeda digital e virtual protegida por criptografia, tecnologia que a torna quase impossível falsificá-la. Ela pode ser considerada como um tipo de dinheiro como os outros que usamos no dia a dia, a diferença é que ela é toda digital e não emitida por nenhum governo (como é o caso do real ou do dólar, por exemplo).
Ela é um criptoativo digital, que é registrado por um token, porém diferente de um token propriamente dito. Como os tokens imobiliários, Este tem a finalidade de representar um valor dentro de uma determinada estrutura de Blockchain ou um projeto digital, que pode ser um valor financeiro ou um valor de troca para uma determinada comunidade.
Como exemplo, Cleberson cita o Bitcoin, que nasceu para ser uma possibilidade de movimentação financeira no mundo independente do sistema tradicional financeiro. “O bitcoin hoje é utilizado para representar um valor financeiro que as pessoas possuem, é utilizado em alguns casos como forma de pagamento, assim como reserva de valor para a grande maioria dos investidores criptos”.
5. NFT – O termo NFF (Non-fungible-token) significa Tokens de Ativos Não Fungíveis, ou seja, bens exclusivos, que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Exemplos de ativos não fundíveis são obras de arte, músicas, gifs digitais e avatares do metaverso.
Sua utilização pode ser empregada em quaisquer itens, basta que queira o tornar único, como exemplo uma moeda de ouro antiga. Mesmo que possua várias cópias espalhadas pelo mundo, aquela emitida pelo NFT será sempre única, por sua história e histórico.
Metaverso – É um ambiente digital onde estão sendo criados ambientes e realidades virtuais baseadas em espaços reais e no comportamento das pessoas. Interativo, permitirá que as pessoas se relacionem através dele, por meio de realidade aumentada, realidade virtual e hologramas. Com perspectivas de ainda se aprimorar, o metaverso promete ser uma junção de mídias sociais, games e comércio eletrônico.
“Este ambiente na forma como está sendo criado ainda é bem jovem, então ainda existirão várias modificações e aprimoramentos”, relata Marques, ao lembrar que que o metaverso não é um único lugar na internet. Trata-se de uma plataforma digital, onde haverão várias iniciativas de metaverso. A do Facebook, por exemplo, será apenas uma delas, assim como existem várias redes sociais atualmente.