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Empresas investem para trazer funcionários de volta ao presencial

em Destaques
sexta-feira, 25 de novembro de 2022

O trabalho a distância se tornou realidade depois da pandemia e tanto colaboradores como empresas estão se adaptando ao novo cenário desenhado por conta do isolamento social. Todos os envolvidos, empregadores e empregados, tentam se adaptar a um modelo ideal que atenda às necessidades de todas as partes.

De um lado, as pessoas se sentem mais confortáveis e têm mais qualidade de vida por trabalharem a distância com as vantagens da redução de custo, otimização de tempo e melhor qualidade de vida. Do outro lado, empresas que entendem as vantagens que têm com esta distância, mas que ainda lidam com a dificuldade de manter a produtividade alta e controlar as tarefas do quadro de funcionários.

Segundo Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a grande maioria dos profissionais que hoje estão ativos no mercado de trabalho, algo em torno de 90%, afirma não estar disposta a voltar a trabalhar de forma totalmente presencial.

As empresas estão oferecendo diversos benefícios em troca da mudança de mindset, porém, poucas pessoas parecem dispostas a abrir mão da liberdade que o trabalho em casa proporciona.

“Uma pesquisa da WPC mostra que este número cai para 70% quando a proposta se limita à presença física por três dias na semana. E se a empresa não for flexível quanto a adotar, pelo menos, uma forma híbrida de trabalho, metade dos colaboradores ativos do mercado se mostram dispostos a ir em busca de uma nova oportunidade de trabalho mais maleável”, afirma.

Em suas palestras, Caio fala sobre um cenário que vivemos há alguns anos onde não existe mais uma escolha unilateral como antigamente, quando a empresa escolhia quem queria empregar. Hoje, a escolha vale para os dois lados e, cada vez mais, as empresas estão sendo escolhidas pelos talentos. Daí o crescimento da área de especialização de Caio, o chamado Employer Branding.

“A maioria das empresas ainda tem dificuldade para falar sobre a importância de investir em estratégia e no posicionamento da sua marca empregadora. A marca empregadora e a marca corporativa se misturam cada vez mais e, por não entenderem isso, as empresas estão perdendo negócios, clientes e talentos”, alerta Caio.

Grandes players do mercado falam diariamente nas redes sociais sobre a importância de as pessoas voltarem 100% ao trabalho presencial ou passarem a ir mais vezes ao escritório. O tema work-life balance (balanço de vida e trabalho) ganha novos contornos com muito mais gente consciente sobre o quanto colocava de foco no trabalho versus nas demais dimensões da vida.

Os colaboradores brasileiros, por exemplo, afirmam querer trabalhar 2,3 dias em casa e as empresas aceitam algo em torno de 0,8, segundo o estudo Working From Home Around The World, feito por seis pesquisadores.

“O grande trunfo que as empresas têm na manga para convencer as pessoas a voltarem aos escritórios é o convívio social. A interação entre colegas de trabalho faz parte de um ambiente empresarial saudável e feliz, por isso deve ser sempre incentivada”, exemplifica Caio.

O especialista levanta outras desvantagens que podem ser estudadas pelas empresas para criar um movimento de retorno dos profissionais:

. Perda de privacidade – Ter a família perto pode ser bom, mas também ruim quando se trabalha totalmente a distância. Ser chamado a todo instante para assuntos familiares no meio do trabalho, por exemplo, não é legal;

. Excesso de carga de trabalho – Como o trabalho é no mesmo lugar em que se vive, existe um risco de misturar as coisas e ficar com a cabeça sempre no serviço.

. Indefinição de horário de trabalho e lazer – Ocorre facilmente quando não existe planejamento e disciplina.

. Isolamento social – No trabalho remoto é preciso levar em conta que não há conversa com os amigos do trabalho, troca de ideias e boas risadas, o que pode comprometer a saúde mental.

. Falta de atualização profissional em processos gerenciais – Mais distante da equipe, é preciso cuidar para que a troca de experiência continue acontecendo, utilizando as ferramentas virtuais.

. Ambiente de trabalho anti-social – Sem interação pessoal, olho no olho e comunicação corporal se transmite menos informações. – Fonte e outras informações, acesse: (https://www.radancy.com/pt-br).