O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto, disse que ainda é preciso entender o contexto das declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que disse ontem (1º), que o Brasil “faz o que quer” em suas relações comerciais com os EUA.
De acordo com o secretário, nos últimos 10 anos, a balança comercial entre os dois países tem sido superavitária para os norte-americanos, com um saldo positivo para o país de US$ 90 bilhões, valor que considera estatísticas do governo norte-americano. “Precisamos entender mais em detalhes o contexto e o teor dos pontos de preocupação externados pelos Estados Unidos. A Relação comercial entre Brasil e EUA tem um viés positivo e crescente nos últimos anos”, afirmou o secretário.
Trump disse que há alguns países com os quais os Estados Unidos nunca falaram sobre comércio e que “cobram o que querem”, como a Índia e o Brasil. O presidente ainda disse que, para algumas empresas, o Brasil talvez seja o país mais duro do mundo. Neto ressaltou que a relação entre os dois países são “muito positivas” e que a corrente de comércio tem um perfil “complementar e estratégico”. Os EUA são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
Em 2018, as exportações brasileiras para o país aumentaram 6,2% enquanto as importações de produtos norte-americanos subiram 13,3%. O saldo do ano é superavitário para o Brasil em apenas US$ 45 milhões. “Nossa avaliação é que ainda há uma avenida de temas a serem discutidos e que podem aprofundar ainda mais as relações dos dois países”, completou Neto.
O secretário disse ainda que é preciso analisar com mais detalhes o acordo anunciado entre Estados Unidos, México e Canadá, mas que se trata de uma modernização do Nafta, que já previa preferências tarifárias. Neto lembrou que o Brasil tem relações individuais com os três países e que o Mercosul negocia acordos com o Canadá e a ampliação do acordo com o México (AE).