O vice-presidente, Hamilton Mourão, lamentou ontem (21), a prisão do ex-presidente Michel Temer, e lembrou do também ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril de 2018.
“Já falei a respeito da mesma situação do ex-presidente Lula. É muito ruim para o país ter um ex-presidente preso. Agora seguem as investigações”, disse, ao chegar ao Palácio do Planalto, aduzindo que a prisão de Temer não deve atrapalhar o andamento dos projetos no Congresso. “A realidade é que fica todo mundo naquela situação igual cachorro em canoa, querendo se equilibrar”, disse.
A líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), identificaram indícios de abuso de autoridade na prisão do ex-presidente Temer. O senador disse que é necessário revisar a legislação para evitar essa prática. Para ele, Temer tem residência fixa, o que afastaria a necessidade de prisão. “Eu posso falar isso porque sempre fui oposição ao presidente Temer. Eu acho que isso é um processo de abuso de autoridade que está acontecendo com alguma frequência”, afirmou.
Segundo Tasso, o reflexo da prisão “é a desmoralização da política, cada vez maior, e desmoralização de uma classe que é fundamental para a democracia do país”. A deputada Jandira Feghali disse que a prisão do ex-presidente causou “muita estranheza”. “Isso tem cheiro de uma prisão arbitrária. Não podemos fazer a defesa de prisões fora do processo constitucional”, afirmou a deputada, no Salão Verde da Câmara.
Para o líder do PPS na Câmara, Daniel Coelho (PE), os resultados desta nova etapa da Operação Lava Jato demonstram que ninguém está acima da lei. “A Justiça mostra que não tem partido, nem viés ideológico. Na nossa avaliação, a força-tarefa continua se pautando pela materialidade das provas colhidas, sem agir pela seletividade dos seus alvos”, afirmou o deputado (ABr).
