A diferença de gênero ainda é um caminho a percorrer nos locais de trabalho. O Brasil fez progressos significativos na abordagem e na promoção da diversidade nas duas primeiras décadas do século XXI. Todavia, ainda há trabalho a ser feito para abordar totalmente essa diferença e promover uma ampla representatividade.
Um estudo recente da Women in the Workplace 2022, feito com base em dados de mais de 333 empresas que empregam cerca de 12 milhões de pessoas, mostrou que, apesar dos desafios da Covid, as mulheres obtiveram ganhos importantes em representação no trabalho, especialmente em funções de liderança.
O relatório reforça claramente que as mulheres querem mais oportunidades para progredir e uma cultura organizacional melhor para trabalharem.
Com esses dados citados, podemos ter uma perspectiva positiva, porém ainda bem distante da ideal. Os resultados indicam que é essencial que se reforce a busca por estratégias e medidas que compensem as desvantagens históricas e sociais das mulheres que as impedem de operar em igualdade de condições.
“Ao longo das suas carreiras, ao progredir para papéis de liderança, as mulheres encontram o famoso teto de vidro (glass ceiling, em inglês), barreiras invisíveis que as impedem de alcançar posições de liderança. E, uma vez que chegam lá, muitas dessas mulheres enfrentam o fenômeno do chão de vidro. Trata-se de uma estrutura muito frágil que não permite uma segurança psicológica, uma vez que estão na liderança.
O chão de vidro significa que uma mulher será cobrada mais e mais cedo por demonstrar resultados e que, qualquer deslize que aconteça, pode ser definitivo para a sua carreira.”, ressalta Luana Gabriela, CEO da Tribo, consultoria em desenvolvimento humano e organizacional de empresas. Dentro desse dilema, há um outro aspecto bem importante: a revolução digital.
Sendo uma espécie de divisor de águas, o aumento da digitalização ocorrido em resposta aos bloqueios estendidos durante as restrições sanitárias, estão ajudando a diminuir a diferença de gênero. A transformação digital agora oferece novos caminhos para o empoderamento econômico das mulheres e pode ajudar a contribuir para uma visão mais igualitária deste cenário.
Pensando em 2023, infelizmente esse movimento que oportunizou a expansão do escopo de um ambiente mais aberto, ainda reflete os preconceitos de gênero na tecnologia que levam a uma sub representação de mulheres em áreas técnicas. As corporações terão que lidar com essa questão e procurar reduzir a divisão de gênero digital.
Esse será o grande desafio, permitir que as mulheres tenham acesso ao conhecimento e à informação para construir um mundo digital mais inclusivo e fazer com que se beneficiem totalmente dessa Nova Economia.
Inclusive, oferecer benefícios como opção também pode proporcionar um avanço nesse sentido, como a melhoria do suporte exigido, que pode aumentar a visibilidade para melhores práticas de trabalho e uma mudança estrutural ajudará na integração de uma abordagem mais transparente em âmbito institucional.
Isso incentivará as mulheres a entrarem em áreas dominadas pelos homens e apoiará elas para a progressão na carreira. “Evoluir a cultura dos negócios é uma forma de evoluir a cultura da sociedade. Se reconhecermos esses padrões culturais que hoje produzem resultados indesejados como a falta de representatividade, poderemos redesenhar a estrutura que sustenta a cultura de modo a torná-la mais diversa e inclusiva.” comenta Luana Gabriela.
Uma economia do conhecimento exigirá que os funcionários sejam equipados com uma gama mais ampla de habilidades, que abrangem a resolução de problemas e habilidades interpessoais. As mulheres não devem ser deixadas para trás em uma força de trabalho digitalmente intensiva e devem garantir que tenham as habilidades necessárias para ter sucesso neste novo paradigma tecnológico.
O fortalecimento das habilidades femininas pode desempenhar um papel importante na redução da disparidade de gênero e abrir espaços para novas vozes de lideranças. – Fonte e mais informações: (https://www.triboconsultoria.com/).